Argentinos vão às urnas renovar o congresso
Os argentinos votam neste domingo (26) para renovar o Legislativo do país, em uma eleição que, na prática, será um referendo sobre o governo do presidente da Argentina, Javier Milei.
✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Os eleitores, que se mostram divididos nas pesquisas de opinião, definirão se Milei renova o fôlego em meio a crises de popularidade e de falta de reservas cambiais ou se virará “uma figura em declínio”, segundo analistas consultados pela agência de notícias Reuters.
➡️As eleições deste domingo renovarão perto de metade da Câmara dos Deputados da Argentina — 127 das 257 cadeiras — e um terço do Senado — 24 das 72 cadeiras. Segundo as principais pesquisas de opinião, o partido de Milei está ligeiramente à frente da principal legenda de oposição (leia mais abaixo).
Milei em comício do seu partido, a Liberdade Avança, na sexta-feira (24)
Cristina Silles/Reuters
Nesta reportagem, você verá:
O que está em jogo na eleição de meio de mandato?
O fator Trump
Qual a possibilidade de o partido de Milei ir bem?
O que está em jogo na eleição de meio de mandato?
A eleição é a grande chance de Milei conseguir aumentar sua presença no Congresso. Atualmente, o movimento de oposição peronista detém a maior minoria em ambas as Casas — Câmara dos Deputados e Senado — e tem cerca de metade de suas cadeiras na Câmara em disputa pela reeleição.
O partido relativamente novo de Milei, A Liberdade Avança, tem apenas 37 dos 257 deputados e seis dos 72 senadores.
As disputas mais importantes ocorrerão na densamente povoada província de Buenos Aires, onde Milei já amargurou uma derrota em eleições locais em setembro.
“Se 2025 indicar que Milei é uma figura em declínio, os investidores começarão a se preparar para uma opção mais de centro ou centro-esquerda para 2027”, disse à Reuters o analista Marcelo Garcia, diretor da consultoria Horizon Engage, especializada em risco.
Ele afirmou que, se o partido de Milei conquistar mais de 35% dos votos, isso seria visto como um sinal positivo de apoio , usando como termômetro os 30% que Milei obteve no primeiro turno das eleições presidenciais de 2023.
Se Milei se aproximar dos 40%, isso seria visto como “uma eleição muito boa”, disse Garcia.
Cenários
Um bom desempenho aumentaria substancialmente a presença do partido de Milei em ambas as casas do Congresso, permitindo que o presidente continue com suas políticas de reforma da economia.
Milei anunciou este mês que pretende implementar reformas trabalhistas para aumentar a força de trabalho formal e novos cortes de impostos nacionais, ainda não explicados detalhadamente.
Os investidores estarão atentos, em particular, para ver se Milei obtém votos suficientes para impedir que parlamentares da oposição coloquem em risco sua agenda, derrubando seus vetos.
Nos últimos dois meses, o Congresso derrubou os vetos de Milei a projetos de lei que aumentavam o financiamento para universidades públicas, assistência médica pediátrica e pessoas com deficiência.
O partido de Milei precisará de cerca de um terço dos votos em ambas as casas do Congresso para frustrar futuras tentativas de anular vetos.
Para garantir isso, provavelmente precisará formar alianças. O partido de Milei frequentemente se aliou ao PRO, um partido centrista liderado pelo ex-presidente Mauricio Macri.
O apoio de potenciais aliados a Milei dependerá do desempenho de seu partido nas eleições, disse Lorenzo Sigaut Gravina, economista do think tank argentino Equilibra.
O fator Trump
Trump recebe Milei pela primeira vez na Casa Branca
Jonathan Ernst/Reuters
As medidas de “terapia de choque” econômico do libertário Milei reduziram substancialmente a inflação e alcançaram um superávit fiscal, animando investidores e recebendo elogios do governo Trump.
Mas os índices de aprovação de Milei caíram, um possível sinal de que os argentinos estão ficando cansados do custo do ajuste fiscal.
Piora o cenário o fato de que Milei precisa de um bom resultado para garantir as ajudas que foi pedir ao presidente dos EUA, Donald Trump, em reunião na Casa Branca na semana passada.
No encontro, dias depois de Trump oferecer à Argentina uma ajuda de US$ 20 bilhões, o norte-americano ameaçou que um maior apoio dos EUA dependeria do sucesso do partido de Milei nas eleições de meio de mandato.
Qual a possibilidade de o partido de Milei ir bem?
O índice de aprovação de Milei caiu para menos de 40% recentemente, o nível mais baixo de sua presidência.
Além das preocupações com a austeridade, ele tem sido afetado por alegações de corrupção relacionadas a pessoas próximas a ele. Uma investigação judicial foi iniciada após gravações de áudio vazadas sugerirem que sua irmã e chefe de gabinete, Karina Milei, estava envolvida em um esquema de suborno.
Milei chamou as acusações de campanha de difamação política. Enquanto isso, um candidato do partido de Milei na província de Buenos Aires renunciou em meio a alegações de corrupção, mas era tarde demais para retirar seu nome da chapa.
Apesar desses obstáculos, Facundo Cruz, consultor político em Buenos Aires, disse à Reuters que o partido de Milei tem uma presença nacional muito maior do que durante as eleições legislativas de 2023.
“Inevitavelmente, o número de cadeiras aumentará”, disse ele. “A questão é: até quanto?”
Veja os vídeos que estão em alta no g1
Os argentinos votam neste domingo (26) para renovar o Legislativo do país, em uma eleição que, na prática, será um referendo sobre o governo do presidente da Argentina, Javier Milei.
✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Os eleitores, que se mostram divididos nas pesquisas de opinião, definirão se Milei renova o fôlego em meio a crises de popularidade e de falta de reservas cambiais ou se virará “uma figura em declínio”, segundo analistas consultados pela agência de notícias Reuters.
➡️As eleições deste domingo renovarão perto de metade da Câmara dos Deputados da Argentina — 127 das 257 cadeiras — e um terço do Senado — 24 das 72 cadeiras. Segundo as principais pesquisas de opinião, o partido de Milei está ligeiramente à frente da principal legenda de oposição (leia mais abaixo).
Milei em comício do seu partido, a Liberdade Avança, na sexta-feira (24)
Cristina Silles/Reuters
Nesta reportagem, você verá:
O que está em jogo na eleição de meio de mandato?
O fator Trump
Qual a possibilidade de o partido de Milei ir bem?
O que está em jogo na eleição de meio de mandato?
A eleição é a grande chance de Milei conseguir aumentar sua presença no Congresso. Atualmente, o movimento de oposição peronista detém a maior minoria em ambas as Casas — Câmara dos Deputados e Senado — e tem cerca de metade de suas cadeiras na Câmara em disputa pela reeleição.
O partido relativamente novo de Milei, A Liberdade Avança, tem apenas 37 dos 257 deputados e seis dos 72 senadores.
As disputas mais importantes ocorrerão na densamente povoada província de Buenos Aires, onde Milei já amargurou uma derrota em eleições locais em setembro.
“Se 2025 indicar que Milei é uma figura em declínio, os investidores começarão a se preparar para uma opção mais de centro ou centro-esquerda para 2027”, disse à Reuters o analista Marcelo Garcia, diretor da consultoria Horizon Engage, especializada em risco.
Ele afirmou que, se o partido de Milei conquistar mais de 35% dos votos, isso seria visto como um sinal positivo de apoio , usando como termômetro os 30% que Milei obteve no primeiro turno das eleições presidenciais de 2023.
Se Milei se aproximar dos 40%, isso seria visto como “uma eleição muito boa”, disse Garcia.
Cenários
Um bom desempenho aumentaria substancialmente a presença do partido de Milei em ambas as casas do Congresso, permitindo que o presidente continue com suas políticas de reforma da economia.
Milei anunciou este mês que pretende implementar reformas trabalhistas para aumentar a força de trabalho formal e novos cortes de impostos nacionais, ainda não explicados detalhadamente.
Os investidores estarão atentos, em particular, para ver se Milei obtém votos suficientes para impedir que parlamentares da oposição coloquem em risco sua agenda, derrubando seus vetos.
Nos últimos dois meses, o Congresso derrubou os vetos de Milei a projetos de lei que aumentavam o financiamento para universidades públicas, assistência médica pediátrica e pessoas com deficiência.
O partido de Milei precisará de cerca de um terço dos votos em ambas as casas do Congresso para frustrar futuras tentativas de anular vetos.
Para garantir isso, provavelmente precisará formar alianças. O partido de Milei frequentemente se aliou ao PRO, um partido centrista liderado pelo ex-presidente Mauricio Macri.
O apoio de potenciais aliados a Milei dependerá do desempenho de seu partido nas eleições, disse Lorenzo Sigaut Gravina, economista do think tank argentino Equilibra.
O fator Trump
Trump recebe Milei pela primeira vez na Casa Branca
Jonathan Ernst/Reuters
As medidas de “terapia de choque” econômico do libertário Milei reduziram substancialmente a inflação e alcançaram um superávit fiscal, animando investidores e recebendo elogios do governo Trump.
Mas os índices de aprovação de Milei caíram, um possível sinal de que os argentinos estão ficando cansados do custo do ajuste fiscal.
Piora o cenário o fato de que Milei precisa de um bom resultado para garantir as ajudas que foi pedir ao presidente dos EUA, Donald Trump, em reunião na Casa Branca na semana passada.
No encontro, dias depois de Trump oferecer à Argentina uma ajuda de US$ 20 bilhões, o norte-americano ameaçou que um maior apoio dos EUA dependeria do sucesso do partido de Milei nas eleições de meio de mandato.
Qual a possibilidade de o partido de Milei ir bem?
O índice de aprovação de Milei caiu para menos de 40% recentemente, o nível mais baixo de sua presidência.
Além das preocupações com a austeridade, ele tem sido afetado por alegações de corrupção relacionadas a pessoas próximas a ele. Uma investigação judicial foi iniciada após gravações de áudio vazadas sugerirem que sua irmã e chefe de gabinete, Karina Milei, estava envolvida em um esquema de suborno.
Milei chamou as acusações de campanha de difamação política. Enquanto isso, um candidato do partido de Milei na província de Buenos Aires renunciou em meio a alegações de corrupção, mas era tarde demais para retirar seu nome da chapa.
Apesar desses obstáculos, Facundo Cruz, consultor político em Buenos Aires, disse à Reuters que o partido de Milei tem uma presença nacional muito maior do que durante as eleições legislativas de 2023.
“Inevitavelmente, o número de cadeiras aumentará”, disse ele. “A questão é: até quanto?”
Veja os vídeos que estão em alta no g1

