Lula: somos uma região de paz e queremos ficar em paz
Países da América Latina e da União Europeia rejeitaram no domingo (9), em uma declaração conjunta, o “uso da força” que contradiz o direito internacional no Caribe, em um momento de tensão com os Estados Unidos por conta de ataques contra embarcações na região e uma escalada de tensões contra o regime Maduro.
✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
O primeiro dia da reunião de cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE) foi marcado por críticas veladas a Washington e menções a conflitos internacionais, como Ucrânia e Gaza. O encontro termina nesta segunda-feira (10) na cidade colombiana de Santa Marta, com ausências notáveis.
“Reiteramos nossa oposição ao uso ou à ameaça do uso da força e a qualquer ação que não esteja em conformidade com o direito internacional e a Carta das Nações Unidas”, afirma a declaração assinada no domingo por 58 das 60 nações presentes. Venezuela e Nicarágua se afastaram do documento.
“Abordamos a importância da segurança marítima e da estabilidade regional no Caribe”, acrescenta o texto, sem mencionar diretamente os bombardeios americanos contra embarcações supostamente carregadas com drogas no Caribe e no Pacífico, que já somam 70 mortos.
A vice-presidente da Comissão Europeia, Kaja Kallas, explicou o motivo da ausência de menção ao governo de Donald Trump: “Porque não teríamos conseguido que os países se somassem [na declaração conjunta], muito simples”.
Em discurso na cúpula, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aliado do presidente colombiano Gustavo Petro, anfitrião da cúpula, reiterou sua preocupação com a presença militar dos EUA na América Latina e criticou a intervenção na região.
“A ameaça de uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e do Caribe. Velhas manobras retóricas são recicladas para justificar intervenções ilegais”, afirmou Lula.
Porta-aviões USS Gerald Ford, navio principal do grupo de ataque USS Gerald Ford da Marinha dos Estados Unidos.
Alyssa Joy/Marinha dos Estados Unidos
A reunião de cúpula acontece com uma participação reduzida de representantes da Celac e da UE e no momento em que a Colômbia enfrenta sua pior crise com os Estados Unidos, país do qual é um aliado histórico.
Petro chamou os ataques a embarcações no Caribe e no Pacífico próximo da costa da América do Sul ordenados por Trump como “execuções extrajudiciais”. O presidente dos EUA, então, impôs sanções financeiras ao colombiano e o acusou de não fazer o suficiente para conter o narcotráfico.
A presença militar de Washington na região também aumentou as tensões com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que denuncia um interesse da Casa Branca em derrubar o seu governo.
“Só se pode recorrer à força por dois motivos, seja em legítima defesa ou em virtude de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU”, disse Kallas no início do encontro.
A declaração conjunta da quarta reunião entre os blocos – que sucede a de Bruxelas em 2023 – inclui também uma condenação à “guerra em curso contra a Ucrânia que continua provocando um imenso sofrimento humano”.
Segundo Kallas, este foi o ponto de discórdia para que Venezuela e Nicarágua se afastassem da declaração.
O documento também faz referência à campanha militar israelense em Gaza e menciona uma solução de dois Estados.
Dos 33 membros da Celac e 27 da UE, apenas nove chefes de Estado ou de Governo participam da cúpula, incluindo o presidente do Conselho Europeu, António Costa, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.
Imagem mostra o presidente dos EUA, Donald Trump (E), em Washington, DC, em 9 de julho de 2025, e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro (D), em Caracas, em 31 de julho de 2024.
AFP/Jim Watson
Países da América Latina e da União Europeia rejeitaram no domingo (9), em uma declaração conjunta, o “uso da força” que contradiz o direito internacional no Caribe, em um momento de tensão com os Estados Unidos por conta de ataques contra embarcações na região e uma escalada de tensões contra o regime Maduro.
✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
O primeiro dia da reunião de cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE) foi marcado por críticas veladas a Washington e menções a conflitos internacionais, como Ucrânia e Gaza. O encontro termina nesta segunda-feira (10) na cidade colombiana de Santa Marta, com ausências notáveis.
“Reiteramos nossa oposição ao uso ou à ameaça do uso da força e a qualquer ação que não esteja em conformidade com o direito internacional e a Carta das Nações Unidas”, afirma a declaração assinada no domingo por 58 das 60 nações presentes. Venezuela e Nicarágua se afastaram do documento.
“Abordamos a importância da segurança marítima e da estabilidade regional no Caribe”, acrescenta o texto, sem mencionar diretamente os bombardeios americanos contra embarcações supostamente carregadas com drogas no Caribe e no Pacífico, que já somam 70 mortos.
A vice-presidente da Comissão Europeia, Kaja Kallas, explicou o motivo da ausência de menção ao governo de Donald Trump: “Porque não teríamos conseguido que os países se somassem [na declaração conjunta], muito simples”.
Em discurso na cúpula, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aliado do presidente colombiano Gustavo Petro, anfitrião da cúpula, reiterou sua preocupação com a presença militar dos EUA na América Latina e criticou a intervenção na região.
“A ameaça de uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e do Caribe. Velhas manobras retóricas são recicladas para justificar intervenções ilegais”, afirmou Lula.
Porta-aviões USS Gerald Ford, navio principal do grupo de ataque USS Gerald Ford da Marinha dos Estados Unidos.
Alyssa Joy/Marinha dos Estados Unidos
A reunião de cúpula acontece com uma participação reduzida de representantes da Celac e da UE e no momento em que a Colômbia enfrenta sua pior crise com os Estados Unidos, país do qual é um aliado histórico.
Petro chamou os ataques a embarcações no Caribe e no Pacífico próximo da costa da América do Sul ordenados por Trump como “execuções extrajudiciais”. O presidente dos EUA, então, impôs sanções financeiras ao colombiano e o acusou de não fazer o suficiente para conter o narcotráfico.
A presença militar de Washington na região também aumentou as tensões com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que denuncia um interesse da Casa Branca em derrubar o seu governo.
“Só se pode recorrer à força por dois motivos, seja em legítima defesa ou em virtude de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU”, disse Kallas no início do encontro.
A declaração conjunta da quarta reunião entre os blocos – que sucede a de Bruxelas em 2023 – inclui também uma condenação à “guerra em curso contra a Ucrânia que continua provocando um imenso sofrimento humano”.
Segundo Kallas, este foi o ponto de discórdia para que Venezuela e Nicarágua se afastassem da declaração.
O documento também faz referência à campanha militar israelense em Gaza e menciona uma solução de dois Estados.
Dos 33 membros da Celac e 27 da UE, apenas nove chefes de Estado ou de Governo participam da cúpula, incluindo o presidente do Conselho Europeu, António Costa, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.
Imagem mostra o presidente dos EUA, Donald Trump (E), em Washington, DC, em 9 de julho de 2025, e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro (D), em Caracas, em 31 de julho de 2024.
AFP/Jim Watson

