O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, não cumpriu o prazo de uma semana dado por Donald Trump para deixar o país, segundo informou a Reuters nesta segunda-feira (1º). O ultimato venceu na sexta-feira (28).
O ultimato de Trump foi feito em 21 de novembro, durante uma ligação telefônica entre os dois. Segundo a Reuters, o presidente dos EUA rejeitou uma série de pedidos de Maduro na chamada. As informações foram confirmadas por quatro fontes com conhecimento da conversa.
Na chamada, Maduro disse a Trump que deixaria a Venezuela caso recebesse anistia legal completa para ele e familiares. Pediu ainda o fim de todas as sanções e o encerramento de um processo no Tribunal Penal Internacional, segundo três fontes.
Ele também solicitou a retirada de sanções impostas a mais de 100 funcionários do governo. Muitos deles são acusados pelos EUA de violações de direitos humanos, tráfico de drogas ou corrupção.
De acordo com duas das fontes, Maduro propôs que a vice-presidente Delcy Rodríguez comandasse um governo interino até novas eleições.
Trump rejeitou a maior parte dos pedidos na chamada, que durou menos de 15 minutos, mas disse que Maduro teria uma semana para deixar a Venezuela com sua família, rumo ao destino que escolhesse.
O prazo expirou na sexta-feira (29). Segundo duas fontes, isso levou Trump a anunciar no sábado (30) o fechamento do espaço aéreo venezuelano.
O Miami Herald já havia revelado parte dos detalhes da ligação. O prazo de sexta-feira não era conhecido até agora.
Trump confirmou no domingo que conversou com Maduro, sem dar detalhes. A Casa Branca não comentou mais o assunto. O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu aos pedidos de comentário.
Os EUA dizem que não reconhecem Maduro como presidente legítimo do país. Ele está no poder desde 2013 e reivindicou vitória na eleição do ano passado, considerada fraudulenta pelos EUA e por governos ocidentais. Observadores independentes afirmaram que a oposição venceu.
Em um discurso a apoiadores nesta segunda-feira (1º), Maduro afirmou “lealdade absoluta” ao povo venezuelano.
Não está claro se Maduro ainda pode apresentar uma nova proposta de saída. Segundo um alto funcionário americano, Trump se reuniu nesta segunda-feira com conselheiros para discutir a pressão sobre a Venezuela.
Uma fonte em Washington informada sobre as discussões internas do governo Trump não descartou um acordo para a saída de Maduro, mas disse que ainda há divergências e pontos sem solução.
Os EUA elevaram para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro. Há também recompensas de US$ 25 milhões por outros altos funcionários, como o ministro do Interior, Diosdado Cabello, acusado de tráfico de drogas nos EUA. Todos negam as acusações.
Segundo três fontes, o governo Maduro pediu uma nova ligação com Trump.

By Marsescritor

MARSESCRITOR tem formação em Letras, é também escritor com 10 livros publicados.