Especialistas apontam que operação em outubro de 2024 fez com que iranianos perdessem capacidade de defender o território. Orçamento militar menor e enfraquecimento de aliados também contribuem para superioridade israelense. Estruturas de produção de mísseis foram atingids, conta Brustolin.cleares, desarticularam sistemas de defesa e eliminaram altos oficiais do Irã.
Os ataques de Israel
Mataram líderes militares como Hossein Salami, chefe da Guarda Revolucionária Islâmica, Mohammad Kazem, chefe de inteligência da corporação, Mohammad Bagher, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã;
Mataram, também cientistas considerados essenciais para os programas nucleares e de mísseis em ações secretas realizadas por comandos treinados pelo Mossad;
Atingiram a principal usina nuclear do Irã, Natanz, destruindo toda a infraestrutura elétrica, os geradores emergenciais de energia e uma seção onde o urânio era enriquecido. Houve danos significativos às instalações nucleares de Isfahan
Conseguiram destruir uma aeronave de abastecimento no extremo leste do Irã, a 2,3 mil km – alvo mais distante até aqui.
Atingiram diversos bairros da capital iraniana, Teerã;
E deixaram 224 mortos, incluindo civis.
No lado israelense, os danos foram menores. Desde o início do conflito, 14 pessoas morreram, e não há registros de ataques de grande porte bem-sucedidos contra instalações ou comandantes militares.
Para especialistas, os resultados demonstram a vantagem israelense e expõem a dificuldade de Irã em defender seu território e atacar o adversário.
Veja, abaixo, três fatores que contribuem para essa superioridade israelense até aqui.
Em 2024, Israel destruiu estruturas de defesa aérea do Irã
Um dos fatores que permitiram a Israel construir a vantagem atual foi uma operação realizada em outubro de 2024.
À época, Israel lançou três ondas de ataques com foco em neutralizar baterias de defesa aérea iranianas, como o sistema S-300.
“O objetivo era degradar, essa capacidade defensiva do Irã, abrindo o caminho para ataques mais profundos no futuro”, disse Vitelio Brustolin, pesquisador da Universidade de Harvard e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Vitelio Brustolin.
Para Leonardo Trevisan, professor de Relações Internacionais da ESPM, o episódio foi determinante para que Israel tivesse facilidade para penetrar o espaço aéreo iraniano.
“Se a gente quiser fazer uma frase: hoje, os céus iranianos são de Israel”, afirmou o especialista em entrevista à GloboNews no domingo (15).
Estruturas de produção de mísseis foram atingidas, conta Brustolin.
“Israel destruiu equipamentos vitais para a produção de mísseis avançados (Fattah 1, Kheibar Shekan) (…) adiando o reabastecimento iraniano em meses ou até mais de um ano.”
‘Os céus iranianos são de Israel’: especialista diz que Irã não tem como defender seu território da aviação israelense
Capacidade limitada de ataques
Em abril e outubro de 2024, o Irã realizou ataques contra Israel usando mísseis e drones.
Mas, como aponta o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) – que há décadas estuda o poderio militar global –, as iniciativas mostraram “limitações desses sistemas tanto para penetrar sistemas defesa antimíssil avançados como para atingir a precisão necessária para causar danos significativos à infraestrutura militar”.
O IISS aponta, ainda, que o resto das forças militares convencionais do Irã sofrem com obsolescência – especialmente na força área, que tem ficado desatualizada.
Alvo de sanções, o país depende da indústria local para abastecer suas necessidades, mas, embora eficiente em produzir alguns materiais militares avançados – o Irã, por exemplo, é um grande exportador de drones –, ela é incapaz de atender a todas as necessidades de armamentos.
Além disso, o orçamento militar do Irã, US$ 8 bilhões de dólares, é cerca doe 1/3 do israelense, US$ 34 bilhões, segundo o IISS.
Enfraquecimento de aliados
Segundo o cientista político Carlos Gustavo Poggio, o Irã enfrenta uma situação geopolítica delicada.
Isolado internacionalmente, com apoio limitado da Rússia — de quem depende para ter acesso a armas mais modernas, mas que está envolvida no confronto com a Ucrânia — e com milícias aliadas em colapso no Líbano, Iraque e Síria, Teerã vê sua influência regional diminuir.
O Hezbollah, grupo armado baseado no Líbano e um dos mais importantes aliados do Irã, foi alvo do Israel durante um conflito que se estendeu de 2023 e 2024. Nele, diversas lideranças do grupo libanês foram mortas, e estruturas – como fábrica de drones – foram destruídas.
A queda do regime de Bashar al-Assad, aliado-chave na Síria, comprometeu ainda mais suas rotas de abastecimento e apoio a grupos como o Hezbollah.
“O Irã está praticamente isolado nesta guerra do ponto de vista de aliados, tanto não estatais [como o Hezbollah], quanto aliados estatais. O apoio da Rússia certamente não é um apoio decisivo e mesmo que quisesse, a Rússia tem os seus próprios problemas com a guerra na Ucrânia, que tem sido muito mais custoso do que a Rússia havia antecipado”, disse Poggio à GloboNews neste domingo.
Os ataques de Israel
Mataram líderes militares como Hossein Salami, chefe da Guarda Revolucionária Islâmica, Mohammad Kazem, chefe de inteligência da corporação, Mohammad Bagher, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã;
Mataram, também cientistas considerados essenciais para os programas nucleares e de mísseis em ações secretas realizadas por comandos treinados pelo Mossad;
Atingiram a principal usina nuclear do Irã, Natanz, destruindo toda a infraestrutura elétrica, os geradores emergenciais de energia e uma seção onde o urânio era enriquecido. Houve danos significativos às instalações nucleares de Isfahan
Conseguiram destruir uma aeronave de abastecimento no extremo leste do Irã, a 2,3 mil km – alvo mais distante até aqui.
Atingiram diversos bairros da capital iraniana, Teerã;
E deixaram 224 mortos, incluindo civis.
No lado israelense, os danos foram menores. Desde o início do conflito, 14 pessoas morreram, e não há registros de ataques de grande porte bem-sucedidos contra instalações ou comandantes militares.
Para especialistas, os resultados demonstram a vantagem israelense e expõem a dificuldade de Irã em defender seu território e atacar o adversário.
Veja, abaixo, três fatores que contribuem para essa superioridade israelense até aqui.
Em 2024, Israel destruiu estruturas de defesa aérea do Irã
Um dos fatores que permitiram a Israel construir a vantagem atual foi uma operação realizada em outubro de 2024.
À época, Israel lançou três ondas de ataques com foco em neutralizar baterias de defesa aérea iranianas, como o sistema S-300.
“O objetivo era degradar, essa capacidade defensiva do Irã, abrindo o caminho para ataques mais profundos no futuro”, disse Vitelio Brustolin, pesquisador da Universidade de Harvard e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Vitelio Brustolin.
Para Leonardo Trevisan, professor de Relações Internacionais da ESPM, o episódio foi determinante para que Israel tivesse facilidade para penetrar o espaço aéreo iraniano.
“Se a gente quiser fazer uma frase: hoje, os céus iranianos são de Israel”, afirmou o especialista em entrevista à GloboNews no domingo (15).
Estruturas de produção de mísseis foram atingidas, conta Brustolin.
“Israel destruiu equipamentos vitais para a produção de mísseis avançados (Fattah 1, Kheibar Shekan) (…) adiando o reabastecimento iraniano em meses ou até mais de um ano.”
‘Os céus iranianos são de Israel’: especialista diz que Irã não tem como defender seu território da aviação israelense
Capacidade limitada de ataques
Em abril e outubro de 2024, o Irã realizou ataques contra Israel usando mísseis e drones.
Mas, como aponta o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) – que há décadas estuda o poderio militar global –, as iniciativas mostraram “limitações desses sistemas tanto para penetrar sistemas defesa antimíssil avançados como para atingir a precisão necessária para causar danos significativos à infraestrutura militar”.
O IISS aponta, ainda, que o resto das forças militares convencionais do Irã sofrem com obsolescência – especialmente na força área, que tem ficado desatualizada.
Alvo de sanções, o país depende da indústria local para abastecer suas necessidades, mas, embora eficiente em produzir alguns materiais militares avançados – o Irã, por exemplo, é um grande exportador de drones –, ela é incapaz de atender a todas as necessidades de armamentos.
Além disso, o orçamento militar do Irã, US$ 8 bilhões de dólares, é cerca doe 1/3 do israelense, US$ 34 bilhões, segundo o IISS.
Enfraquecimento de aliados
Segundo o cientista político Carlos Gustavo Poggio, o Irã enfrenta uma situação geopolítica delicada.
Isolado internacionalmente, com apoio limitado da Rússia — de quem depende para ter acesso a armas mais modernas, mas que está envolvida no confronto com a Ucrânia — e com milícias aliadas em colapso no Líbano, Iraque e Síria, Teerã vê sua influência regional diminuir.
O Hezbollah, grupo armado baseado no Líbano e um dos mais importantes aliados do Irã, foi alvo do Israel durante um conflito que se estendeu de 2023 e 2024. Nele, diversas lideranças do grupo libanês foram mortas, e estruturas – como fábrica de drones – foram destruídas.
A queda do regime de Bashar al-Assad, aliado-chave na Síria, comprometeu ainda mais suas rotas de abastecimento e apoio a grupos como o Hezbollah.
“O Irã está praticamente isolado nesta guerra do ponto de vista de aliados, tanto não estatais [como o Hezbollah], quanto aliados estatais. O apoio da Rússia certamente não é um apoio decisivo e mesmo que quisesse, a Rússia tem os seus próprios problemas com a guerra na Ucrânia, que tem sido muito mais custoso do que a Rússia havia antecipado”, disse Poggio à GloboNews neste domingo.