Maduro fala em luta armada na Venezuela
A oposição ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou nesta terça-feira (2) que mantém “contato permanente” com governo Trump em meio à chegada de navios de guerra dos Estados Unidos na costa do país sul-americano.
Um membro da equipe da Maria Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, falou ao g1 que “respeita e acompanha de perto” os anúncios do governo americano, e que “uma transição já começou” no país, porém sem dar mais detalhes.
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A fala ocorre em meio a uma crise entre os EUA e o governo Maduro após Donald Trump ter enviado oito navios de guerra, entre eles um submarino nuclear, para perto da costa da Venezuela. As embarcações começaram a chegar no final da semana passada, o que fez as tensões aumentarem na região —um ataque direto em solo venezuelano teria graves implicações políticas, segundo especialistas.
A justificativa oficial dos EUA é combater o narcotráfico na região, mas, ao mesmo tempo, a Casa Branca acusa Maduro de liderar um cartel de drogas e prometeu usar “toda a força” contra o regime venezuelano. Maduro, por sua vez, acusou os EUA de terem 1.200 mísseis apontados para a Venezuela e prometeu “luta armada” em caso de ataque americano. (Leia mais abaixo)
A fala do oficial ligado à Corina Machado foi ao encontro de publicações feitas pela líder opositora nas redes sociais nos últimos dias, em que ela também falou sobre uma transição estar em curso no país e falou em “uma nova era para a Venezuela”.
María Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, e presidente Nicolás Maduro.
Leonardo Fernandez Viloria/Reuters
“Os cidadãos venezuelanos já estão prontos para o retorno da democracia e para um auge econômico e social nunca antes visto na história do nosso país”, afirmou Corina em publicação no X.
Em uma rara entrevista coletiva com jornalistas nacionais e internacionais na segunda-feira, Maduro disse que os EUA buscam uma “mudança de regime” na Venezuela, e que o governo Trump teria prometido entregar o poder à oposição após o tirar da presidência, porém não apresentou provas. A oposição não quis comentar a fala de Maduro.
A fonte ligada à Corina reforçou que a oposição tem liderança legítima no país e disse que trabalha tanto dentro quanto fora da Venezuela para a transição de poder. A fala pareceu ser uma referência a Edmundo González, que segundo a oposição venceu Maduro nas eleições presidenciais em julho de 2024, porém não pôde assumir o poder e precisou se exilar na Espanha para não ser preso pelo regime.
LEIA TAMBÉM:
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ENTENDA: Há um cartel de drogas liderado por Maduro na Venezuela, como afirma o governo Trump? Não é bem assim, diz pesquisador
INFOGRÁFICO: Alvo do governo Trump, Venezuela tem arsenal militar defasado e com problemas
Mísseis apontados à Venezuela e luta armada
Maduro afirmou na segunda-feira que navios de guerra americanos com 1.200 mísseis navega em direção à Venezuela e estariam apontados para o país.
Maduro afirmou que a Venezuela entrará em luta armada caso seja agredida pelos Estados Unidos. Ele chamou o envio das embarcações americanas à região de “a maior ameaça à América Latina do último século” e afirmou que a Venezuela não se curvará.
“Se a Venezuela for atacada, passaria imediatamente ao período de luta armada em defesa do território nacional, da história e do povo venezuelano”, declarou.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante entrevista coletiva à imprensa, em 1º de setembro de 2025.
Leonardo Fernandez Viloria/ Reuters
O venezuelano disse também, sem apresentar provas, que o secretário de Estado americano, Marco Rubio, discutiu uma troca de governo na Venezuela com a oposição em uma videoconferência no final de semana. A reunião teria acontecido um dia após Rubio visitar a sede do Comando Sul do Exército dos EUA, responsável por operações de defesa no Caribe, além da América Central e do Sul.
“O que me contam as pessoas que viram e ouviram isso, e que gravaram, é que Marco Rubio lhes assegurou que fariam a mudança de regime, e o velhinho e a Sayona formariam o governo no país”, disse.
“Velhinho” é uma referência a Edmundo González, opositor que disputou as eleições presidenciais de 2024 e reconhecido como presidente eleito da Venezuela pelos EUA. Já “Sayona” é como Maduro se refere à líder da oposição, María Corina Machado.
Atualmente, González está em exílio na Espanha. Já Machado está escondida. Ambos são alvos de ações penais na Venezuela. Desde as eleições do ano passado, amplamente questionadas pela comunidade internacional, o governo persegue membros da oposição.
Maduro disse ainda que os EUA já tentaram derrubar o governo em 2019, quando Juan Guaidó se autoproclamou presidente do país. Ele sugeriu que, agora, os norte-americanos também não terão sucesso em uma tentativa de troca de regime.
“Estamos unidos, estamos vitoriosos, e na Venezuela vai prevalecer a paz com desenvolvimento, com justiça, com igualdade e com um plano sólido para seguir avançando.”
Veja a seguir o que se sabe sobre a operação dos EUA:
Pelo menos sete navios dos EUA foram enviados para o sul do Caribe, incluindo um esquadrão anfíbio, além de 4.500 militares e um submarino nuclear. Aviões espiões P-8 também sobrevoaram a região, em águas internacionais.
A operação se apoia no argumento de que Maduro é líder do suposto Cartel de los Soles, classificado pelos EUA como organização terrorista.
Os EUA consideram o presidente venezuelano um fugitivo da Justiça e oferecem recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão dele.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, se recusou a comentar objetivos militares, mas disse que o governo Trump vai usar “toda a força” contra Maduro.
O site Axios revelou que Trump pediu um “menu de opções” sobre a Venezuela. Autoridades ouvidas pela imprensa americana não descartam uma invasão no futuro.
Enquanto isso, Caracas vem mobilizando militares e milicianos para se defender de um possível ataque.
Poderio militar da Venezuela.
Gui Sousa/Equipe de arte g1
A oposição ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou nesta terça-feira (2) que mantém “contato permanente” com governo Trump em meio à chegada de navios de guerra dos Estados Unidos na costa do país sul-americano.
Um membro da equipe da Maria Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, falou ao g1 que “respeita e acompanha de perto” os anúncios do governo americano, e que “uma transição já começou” no país, porém sem dar mais detalhes.
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A fala ocorre em meio a uma crise entre os EUA e o governo Maduro após Donald Trump ter enviado oito navios de guerra, entre eles um submarino nuclear, para perto da costa da Venezuela. As embarcações começaram a chegar no final da semana passada, o que fez as tensões aumentarem na região —um ataque direto em solo venezuelano teria graves implicações políticas, segundo especialistas.
A justificativa oficial dos EUA é combater o narcotráfico na região, mas, ao mesmo tempo, a Casa Branca acusa Maduro de liderar um cartel de drogas e prometeu usar “toda a força” contra o regime venezuelano. Maduro, por sua vez, acusou os EUA de terem 1.200 mísseis apontados para a Venezuela e prometeu “luta armada” em caso de ataque americano. (Leia mais abaixo)
A fala do oficial ligado à Corina Machado foi ao encontro de publicações feitas pela líder opositora nas redes sociais nos últimos dias, em que ela também falou sobre uma transição estar em curso no país e falou em “uma nova era para a Venezuela”.
María Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, e presidente Nicolás Maduro.
Leonardo Fernandez Viloria/Reuters
“Os cidadãos venezuelanos já estão prontos para o retorno da democracia e para um auge econômico e social nunca antes visto na história do nosso país”, afirmou Corina em publicação no X.
Em uma rara entrevista coletiva com jornalistas nacionais e internacionais na segunda-feira, Maduro disse que os EUA buscam uma “mudança de regime” na Venezuela, e que o governo Trump teria prometido entregar o poder à oposição após o tirar da presidência, porém não apresentou provas. A oposição não quis comentar a fala de Maduro.
A fonte ligada à Corina reforçou que a oposição tem liderança legítima no país e disse que trabalha tanto dentro quanto fora da Venezuela para a transição de poder. A fala pareceu ser uma referência a Edmundo González, que segundo a oposição venceu Maduro nas eleições presidenciais em julho de 2024, porém não pôde assumir o poder e precisou se exilar na Espanha para não ser preso pelo regime.
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Mísseis apontados à Venezuela e luta armada
Maduro afirmou na segunda-feira que navios de guerra americanos com 1.200 mísseis navega em direção à Venezuela e estariam apontados para o país.
Maduro afirmou que a Venezuela entrará em luta armada caso seja agredida pelos Estados Unidos. Ele chamou o envio das embarcações americanas à região de “a maior ameaça à América Latina do último século” e afirmou que a Venezuela não se curvará.
“Se a Venezuela for atacada, passaria imediatamente ao período de luta armada em defesa do território nacional, da história e do povo venezuelano”, declarou.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante entrevista coletiva à imprensa, em 1º de setembro de 2025.
Leonardo Fernandez Viloria/ Reuters
O venezuelano disse também, sem apresentar provas, que o secretário de Estado americano, Marco Rubio, discutiu uma troca de governo na Venezuela com a oposição em uma videoconferência no final de semana. A reunião teria acontecido um dia após Rubio visitar a sede do Comando Sul do Exército dos EUA, responsável por operações de defesa no Caribe, além da América Central e do Sul.
“O que me contam as pessoas que viram e ouviram isso, e que gravaram, é que Marco Rubio lhes assegurou que fariam a mudança de regime, e o velhinho e a Sayona formariam o governo no país”, disse.
“Velhinho” é uma referência a Edmundo González, opositor que disputou as eleições presidenciais de 2024 e reconhecido como presidente eleito da Venezuela pelos EUA. Já “Sayona” é como Maduro se refere à líder da oposição, María Corina Machado.
Atualmente, González está em exílio na Espanha. Já Machado está escondida. Ambos são alvos de ações penais na Venezuela. Desde as eleições do ano passado, amplamente questionadas pela comunidade internacional, o governo persegue membros da oposição.
Maduro disse ainda que os EUA já tentaram derrubar o governo em 2019, quando Juan Guaidó se autoproclamou presidente do país. Ele sugeriu que, agora, os norte-americanos também não terão sucesso em uma tentativa de troca de regime.
“Estamos unidos, estamos vitoriosos, e na Venezuela vai prevalecer a paz com desenvolvimento, com justiça, com igualdade e com um plano sólido para seguir avançando.”
Veja a seguir o que se sabe sobre a operação dos EUA:
Pelo menos sete navios dos EUA foram enviados para o sul do Caribe, incluindo um esquadrão anfíbio, além de 4.500 militares e um submarino nuclear. Aviões espiões P-8 também sobrevoaram a região, em águas internacionais.
A operação se apoia no argumento de que Maduro é líder do suposto Cartel de los Soles, classificado pelos EUA como organização terrorista.
Os EUA consideram o presidente venezuelano um fugitivo da Justiça e oferecem recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão dele.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, se recusou a comentar objetivos militares, mas disse que o governo Trump vai usar “toda a força” contra Maduro.
O site Axios revelou que Trump pediu um “menu de opções” sobre a Venezuela. Autoridades ouvidas pela imprensa americana não descartam uma invasão no futuro.
Enquanto isso, Caracas vem mobilizando militares e milicianos para se defender de um possível ataque.
Poderio militar da Venezuela.
Gui Sousa/Equipe de arte g1