Votação do Conselho de Segurança da ONU sobre possível adiamento de reimposição de sanções ao Irã
REUTERS / Eduardo Munoz
O Conselho de Segurança da ONU votou a favor de reimpor sanções ao Irã. A medida, que está prevista para passar a valer às 21h do horário de Brasília, foi confirmada depois de uma votação nesta sexta-feira (26).
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Uma iniciativa da Rússia e da China para adiar o retorno das sanções das Nações Unidas ao governo iraniano fracassou. A proposta previa que a resolução do Conselho que rege o acordo nuclear iraniano de 2015, que expira em 18 de outubro, valesse por mais seis meses, até 18 de abril de 2026.
Apenas quatro dos 15 membros do conselho votaram a favor do projeto de resolução apresentado pelos dois países; 9 votaram contra e dois se abstiveram.
França, Alemanha e Reino Unido acusam Teerã de violar um acordo de 2015 que visava impedi-lo de construir uma bomba nuclear. O Irã nega.
Após a votação, o representante do governo francês na ONU afirmou que o retorno das sanções “não significará o fim da diplomacia” com o país.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, apelou ao presidente do conselho para declarar a decisão ilegal e fez ameaças, culpando os três países europeus e os EUA:
“”A posição do Irã sobre a implementação é clara e coerente: é legalmente nula, politicamente imprudente e frágil do ponto de vista do procedimento. Ao ignorar fatos, espalhar falsas alegações, deturpar o programa pacífico do Irã e bloquear a diplomacia, eles, ativamente e intencionalmente, abriram caminho para uma escalada perigosa. A diplomacia nunca morrerá, mas será mais difícil e mais complicada do que antes”.
Nesta quinta-feira (25), o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, disse que Teerã estava totalmente preparado para enfrentar qualquer cenário e ajustaria suas políticas se as sanções da ONU fossem restabelecidas, embora ainda tivesse esperança de que elas não fossem retomadas.
No mesmo dia, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano atacou os EUA e disse que as declarações americanas sobre negociações com o Irã sobre sua política nuclear são falsas:
“A alegação dos Estados Unidos de um desejo por diplomacia não passa de engano e flagrante contradição; não se pode bombardear um país simultaneamente enquanto se participa de negociações diplomáticas e falar de diplomacia”, disse no X.
Irã diz que não vai abadonar enriquecimento de urânio: ‘orgulho nacional’
Em junho, o Irã afirmou que construiu e irá ativar uma terceira instalação de enriquecimento nuclear, aumentando significativamente sua produção de urânio enriquecido e desafiando exigências dos EUA e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
O anúncio aconteceu logo após a agência da ONU censurar o país por não cumprir obrigações de não proliferação destinadas a impedir o desenvolvimento de armas nucleares em todo o mundo e poucos dias antes de um ataque de Israel em parceria com os EUA destruir instalações nucleares do país.
“A República Islâmica do Irã não tem outra escolha senão responder a essa resolução política”, disseram o Ministério das Relações Exteriores e a Organização de Energia Atômica do Irã em um comunicado conjunto.
A medida deu início a esforços para restaurar sanções contra o país. Foi a primeira censura emitida pela ONU contra o Irã sobre o não cumprimento do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) – um acordo amplo referendado por 191 países -, que obriga o país a declarar todo material e atividade nuclear que possui e permitir que inspetores da ONU verifiquem se as atividades têm fins pacíficos.
LEIA TAMBÉM
Irã desafia EUA poucos dias antes de novas negociações sobre seu programa nuclear
Os 12 dias de guerra entre Israel e Irã em números: 963 mortos, quase 8 mil feridos, mais de 2 mil ataques e 700 prisões
REUTERS / Eduardo Munoz
O Conselho de Segurança da ONU votou a favor de reimpor sanções ao Irã. A medida, que está prevista para passar a valer às 21h do horário de Brasília, foi confirmada depois de uma votação nesta sexta-feira (26).
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Uma iniciativa da Rússia e da China para adiar o retorno das sanções das Nações Unidas ao governo iraniano fracassou. A proposta previa que a resolução do Conselho que rege o acordo nuclear iraniano de 2015, que expira em 18 de outubro, valesse por mais seis meses, até 18 de abril de 2026.
Apenas quatro dos 15 membros do conselho votaram a favor do projeto de resolução apresentado pelos dois países; 9 votaram contra e dois se abstiveram.
França, Alemanha e Reino Unido acusam Teerã de violar um acordo de 2015 que visava impedi-lo de construir uma bomba nuclear. O Irã nega.
Após a votação, o representante do governo francês na ONU afirmou que o retorno das sanções “não significará o fim da diplomacia” com o país.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, apelou ao presidente do conselho para declarar a decisão ilegal e fez ameaças, culpando os três países europeus e os EUA:
“”A posição do Irã sobre a implementação é clara e coerente: é legalmente nula, politicamente imprudente e frágil do ponto de vista do procedimento. Ao ignorar fatos, espalhar falsas alegações, deturpar o programa pacífico do Irã e bloquear a diplomacia, eles, ativamente e intencionalmente, abriram caminho para uma escalada perigosa. A diplomacia nunca morrerá, mas será mais difícil e mais complicada do que antes”.
Nesta quinta-feira (25), o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, disse que Teerã estava totalmente preparado para enfrentar qualquer cenário e ajustaria suas políticas se as sanções da ONU fossem restabelecidas, embora ainda tivesse esperança de que elas não fossem retomadas.
No mesmo dia, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano atacou os EUA e disse que as declarações americanas sobre negociações com o Irã sobre sua política nuclear são falsas:
“A alegação dos Estados Unidos de um desejo por diplomacia não passa de engano e flagrante contradição; não se pode bombardear um país simultaneamente enquanto se participa de negociações diplomáticas e falar de diplomacia”, disse no X.
Irã diz que não vai abadonar enriquecimento de urânio: ‘orgulho nacional’
Em junho, o Irã afirmou que construiu e irá ativar uma terceira instalação de enriquecimento nuclear, aumentando significativamente sua produção de urânio enriquecido e desafiando exigências dos EUA e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
O anúncio aconteceu logo após a agência da ONU censurar o país por não cumprir obrigações de não proliferação destinadas a impedir o desenvolvimento de armas nucleares em todo o mundo e poucos dias antes de um ataque de Israel em parceria com os EUA destruir instalações nucleares do país.
“A República Islâmica do Irã não tem outra escolha senão responder a essa resolução política”, disseram o Ministério das Relações Exteriores e a Organização de Energia Atômica do Irã em um comunicado conjunto.
A medida deu início a esforços para restaurar sanções contra o país. Foi a primeira censura emitida pela ONU contra o Irã sobre o não cumprimento do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) – um acordo amplo referendado por 191 países -, que obriga o país a declarar todo material e atividade nuclear que possui e permitir que inspetores da ONU verifiquem se as atividades têm fins pacíficos.
LEIA TAMBÉM
Irã desafia EUA poucos dias antes de novas negociações sobre seu programa nuclear
Os 12 dias de guerra entre Israel e Irã em números: 963 mortos, quase 8 mil feridos, mais de 2 mil ataques e 700 prisões