Israel diz estar se preparando para ‘implementação imediata’ da 1ª fase do plano de Trump para Gaza; ataques serão reduzidos
Hamas diz que aceita libertar todos os reféns em resposta a plano de Trump
Israel afirmou nesta sexta-feira (3) que está se preparando para a “implementação imediata” da primeira fase do plano de paz na Faixa de Gaza elaborado pelos Estados Unidos. A medida foi anunciada gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
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O governo israelense disse que vai continuar trabalhando em cooperação com os EUA para terminar a guerra de acordo “com os princípios estabelecidos por Israel, que são consistentes com a visão do presidente Trump”.
Diante deste cenário, segundo a agência Reuters, o alto escalão político do país instruiu os militares a reduzir a ofensiva na Faixa de Gaza.
O site Axios informou que as Forças de Defesa de Israel irão conduzir apenas operações defensivas no território palestino. Além disso, ações de ocupação que estavam sendo realizadas na Cidade de Gaza serão suspensas.
Mais cedo, o grupo terrorista Hamas afirmou que concorda em libertar todos os reféns israelenses, vivos ou mortos, sob os termos da proposta de cessar-fogo apresentada pelo presidente Donald Trump.
Em comunicado, o Hamas sinalizou disposição para entrar imediatamente em negociações para discutir os detalhes do acordo. Isso não significa, porém, que o grupo tenha aceitado integralmente o plano da Casa Branca.
O plano apresentado pelos Estados Unidos prevê que o Hamas não participe de um novo governo na Faixa de Gaza.
Ainda segundo a proposta, todos os membros do grupo terrorista poderão ser anistiados, desde que entreguem as armas e aceitem em conviver de forma pacífica com Israel.
Veja os detalhes do plano mais abaixo.
O Hamas ainda mantém mais de 40 reféns sequestrados no dia 7 de outubro de 2023, durante o atentado terrorista contra Israel que resultou no início da guerra. Parte das vítimas está morta.
O grupo informou que aceita entregar o governo da Faixa de Gaza a um órgão independente formado por tecnocratas palestinos, “com base no consenso nacional palestino e no apoio árabe e islâmico”.
Trump usou as redes sociais para comentar as declarações do Hamas. Ele disse acreditar que o grupo terrorista está pronto para a paz e pediu para que Israel pare “imediatamente” os bombardeios em Gaza.
“Já estamos em discussões sobre os detalhes a serem definidos. Isso não se trata apenas de Gaza, trata-se de uma paz há muito buscada no Oriente Médio”, publicou.
A proposta
Ao lado de Netanyahu, Trump apresentou plano para o futuro de Gaza
Evan Vucci/AP
Na segunda-feira (29), a Casa Branca apresentou um plano com 20 pontos para encerrar a guerra na Faixa de Gaza imediatamente.
A proposta prevê o território como uma zona livre de grupos armados. Integrantes do Hamas podem receber anistia, desde que entreguem suas armas e se comprometam com a convivência pacífica.
Se o plano for implementado, Gaza passaria a ser governada por um comitê formado por palestinos tecnocratas e especialistas internacionais.
O grupo atuaria sob supervisão de um novo órgão chamado “Conselho da Paz”, que seria presidido por Trump. Não está claro se Israel participaria do órgão.
Segundo a Casa Branca, o Hamas tem 72 horas para libertar todos os reféns mantidos desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023.
A proposta também prevê que Israel libere quase 2 mil prisioneiros palestinos. Além disso, a ONU e o Crescente Vermelho seriam responsáveis pela distribuição de ajuda na Faixa de Gaza.
O plano é vago sobre a criação do Estado da Palestina, mas indica um caminho que pode levar a esse reconhecimento no futuro.
Membros da comunidade internacional receberam a proposta de forma positiva. Por outro lado, moradores de Gaza disseram estar sem esperanças e temem uma piora no conflito.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que concorda com o plano e anunciou que avançará na ofensiva em Gaza caso o acordo não seja fechado. Por outro lado, ele disse que não aceitaria a criação de um Estado palestino.
A proposta dos Estados Unidos foi bem recebida pela comunidade internacional, sendo elogiada por países da Europa e até mesmo pela Autoridade Palestina. O Brasil também disse que apoiava a iniciativa.
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Ameaça de Trump
Donald Trump
REUTERS/Ken Cedeno
Trump deu até as 19h de domingo, no horário de Brasília, para o Hamas aceitar o plano de paz para a Faixa de Gaza elaborado pelos Estados Unidos. Caso contrário, segundo ele, o grupo enfrentaria um “inferno total”.
Em um post na rede Truth Social, o presidente americano afirmou que a maioria dos militantes do grupo terrorista palestino, que descreveu como uma “ameaça implacável e violenta”, está “cercada e presa”, e que mais de 25 mil já foram mortos.
Trump disse que o plano de paz para encerrar o conflito em Gaza é a última chance de os integrantes sobreviventes do Hamas terem suas vidas poupadas.
“Teremos paz no Oriente Médio de uma forma ou de outra. A violência e o derramamento de sangue cessarão. Libertem os reféns, todos eles — incluindo os corpos daqueles que estão mortos —, agora! Um acordo deve ser firmado com o Hamas até domingo à noite. Todos os países assinaram. Se este acordo, uma última chance, não for firmado, um inferno como ninguém jamais viu antes se abaterá sobre o Hamas”, prometeu o presidente, usando uma expressão que também pode ser traduzida como “ofensiva devastadora” ou “caos absoluto”.
Trump também pediu aos “palestinos inocentes” que evacuem uma área não especificada, em antecipação a um possível ataque às forças remanescentes do Hamas.

By Marsescritor

MARSESCRITOR tem formação em Letras, é também escritor com 10 livros publicados.