Trump ameaça ‘corte de laços’ no comércio com a China
O crescimento econômico da China desacelerou para o ritmo mais fraco em um ano no terceiro trimestre.
A fraca demanda interna tornou o país mais dependente de suas fábricas exportadoras, alimentando preocupações sobre o agravamento dos desequilíbrios estruturais.
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Apesar de o crescimento de 4,8% no terceiro trimestre, em comparação ao ano anterior, ter ficado dentro do esperado e manter a China próxima da meta de 5% para 2025, a dependência da economia em relação às exportações, em meio ao aumento das tensões comerciais com Washington, levanta dúvidas sobre a capacidade do país de sustentar esse ritmo.
Pequim pode estar aproveitando a resiliência do crescimento como demonstração de força nas conversas entre o vice-premiê He Lifeng e o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, previstas para os próximos dias na Malásia — e também em uma possível reunião entre Donald Trump e Xi Jinping, na Coreia do Sul, ainda neste ano.
Exportadores buscam novos mercados
Jeremy Fang, diretor de vendas de uma fabricante chinesa de produtos de alumínio, afirma que sua empresa perdeu 20% da receita.
As vendas maiores para a América Latina, África, Sudeste Asiático, Turquia e Oriente Médio não conseguiram compensar uma queda de até 90% nos pedidos vindos dos Estados Unidos.
Fang contou que está aprendendo espanhol para se antecipar aos concorrentes chineses que buscam novos mercados fora dos EUA e que agora viaja ao exterior o dobro do que viajava no ano passado. Ainda assim, esse esforço não tem sido suficiente.
“É preciso ser implacavelmente competitivo no preço”, disse Fang. “Se o produto custa US$100 e o cliente tenta negociar, é melhor reduzir US$10 ou US$20 e fechar o negócio. Não dá para hesitar.”
Essa forte concorrência entre os exportadores chineses aprofunda a fragilidade interna, levando muitas empresas a reduzir salários e até cortar empregos para continuar competitivas.
A produção industrial subiu 6,5% em setembro em relação ao ano anterior, atingindo o maior nível em três meses e superando as previsões. Já as vendas no varejo desaceleraram para 3%, o ritmo mais fraco em dez meses.
Os dados também mostraram que os preços das casas novas caíram em setembro no ritmo mais rápido em 11 meses, o que pressiona ainda mais o consumidor.
O investimento no setor imobiliário, já afetado pela crise, recuou 13,9% nos nove primeiros meses do ano em comparação com o mesmo período anterior.
“O crescimento da China está se tornando cada vez mais dependente das exportações, que têm compensado a fraqueza da demanda interna”, avaliou o analista da Capital Economics, Julian Evans-Pritchard.
“Esse modelo de crescimento não é sustentável. A economia pode desacelerar ainda mais no médio prazo, a menos que o governo adote medidas mais firmes para estimular o consumo das famílias.”
Economia da China desacelera com guerra comercial e demanda fraca destaca riscos estruturais
AP Photo
O crescimento econômico da China desacelerou para o ritmo mais fraco em um ano no terceiro trimestre.
A fraca demanda interna tornou o país mais dependente de suas fábricas exportadoras, alimentando preocupações sobre o agravamento dos desequilíbrios estruturais.
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Apesar de o crescimento de 4,8% no terceiro trimestre, em comparação ao ano anterior, ter ficado dentro do esperado e manter a China próxima da meta de 5% para 2025, a dependência da economia em relação às exportações, em meio ao aumento das tensões comerciais com Washington, levanta dúvidas sobre a capacidade do país de sustentar esse ritmo.
Pequim pode estar aproveitando a resiliência do crescimento como demonstração de força nas conversas entre o vice-premiê He Lifeng e o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, previstas para os próximos dias na Malásia — e também em uma possível reunião entre Donald Trump e Xi Jinping, na Coreia do Sul, ainda neste ano.
Exportadores buscam novos mercados
Jeremy Fang, diretor de vendas de uma fabricante chinesa de produtos de alumínio, afirma que sua empresa perdeu 20% da receita.
As vendas maiores para a América Latina, África, Sudeste Asiático, Turquia e Oriente Médio não conseguiram compensar uma queda de até 90% nos pedidos vindos dos Estados Unidos.
Fang contou que está aprendendo espanhol para se antecipar aos concorrentes chineses que buscam novos mercados fora dos EUA e que agora viaja ao exterior o dobro do que viajava no ano passado. Ainda assim, esse esforço não tem sido suficiente.
“É preciso ser implacavelmente competitivo no preço”, disse Fang. “Se o produto custa US$100 e o cliente tenta negociar, é melhor reduzir US$10 ou US$20 e fechar o negócio. Não dá para hesitar.”
Essa forte concorrência entre os exportadores chineses aprofunda a fragilidade interna, levando muitas empresas a reduzir salários e até cortar empregos para continuar competitivas.
A produção industrial subiu 6,5% em setembro em relação ao ano anterior, atingindo o maior nível em três meses e superando as previsões. Já as vendas no varejo desaceleraram para 3%, o ritmo mais fraco em dez meses.
Os dados também mostraram que os preços das casas novas caíram em setembro no ritmo mais rápido em 11 meses, o que pressiona ainda mais o consumidor.
O investimento no setor imobiliário, já afetado pela crise, recuou 13,9% nos nove primeiros meses do ano em comparação com o mesmo período anterior.
“O crescimento da China está se tornando cada vez mais dependente das exportações, que têm compensado a fraqueza da demanda interna”, avaliou o analista da Capital Economics, Julian Evans-Pritchard.
“Esse modelo de crescimento não é sustentável. A economia pode desacelerar ainda mais no médio prazo, a menos que o governo adote medidas mais firmes para estimular o consumo das famílias.”
Economia da China desacelera com guerra comercial e demanda fraca destaca riscos estruturais
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