Jeanine Áñez sai da prisão em La Paz, na Bolívia
Claudia Morales/Reuters
A ex-presidente da Bolívia Jeanine Áñez foi libertada da prisão nesta quinta-feira (6) após passar quatro anos e oito meses encarcerada.
Ela havia sido presa em 2021. Em 2022, ela foi condenada a 10 anos de prisão acusada de golpe de Estado contra seu antecessor, Evo Morales.
Sua sentença, porém, foi anulada na quarta (5) pelo Triunal Superior de Justiça da Bolívia.
Áñez assumiu a Presidência da Bolívia dois dias após a renúncia de Evo Morales, em 2019. Sua posse foi endossada pelo Tribunal Constitucional da Bolívia. Ela afirmava que seu principal objetivo era convocar novas eleições e que não concorreria nelas.
Porém, em janeiro de 2020 ela tomou uma decisão contrária e decidiu ser candidata, em uma época em que as pesquisas lhe davam altos índices de aprovação.
Áñez acabou renunciando à candidatura no final de setembro, diante do seu fraco desempenho nas pesquisas. Ela disse ter feito isso para que “Evo não voltasse”.
Em março de 2021, o Ministério Público boliviano pediu sua prisão. Ela foi encontrada pela polícia no dia seguinte, escondida dentro de uma cama box. Relembre:
VÍDEO: Ex-presidente boliviana Jeanine Áñez é presa
Condenação
Áñez foi julgada por seus atos como senadora, antes de assumir a presidência interina da Bolívia, em 12 de novembro de 2019.
Ela sucedeu Morales dois dias depois da renúncia do mandatário, em meio a uma forte convulsão social. Os opositores denunciaram que Morales havia cometido fraude nas eleições de outubro daquele ano para ter acesso a um quarto mandato consecutivo, que iria até 2025.
Quando foi alçada a presidente interina, Áñez reprimiu a forte oposição de movimentos sociais e camponeses ligados a Morales.
Uma investigação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) estabeleceu que nos primeiros meses de seu governo houve 35 mortes em manifestações.
Morales renunciou à presidência 21 dias após as eleições de 2019, em meio a uma onda de protestos de rua acusando-o de fraudes eleitorais que incluiu um motim policial e uma comunicação das forças armadas “sugerindo” que ele deixasse o cargo.
Uma auditoria realizada pela Organização dos Estados Americanos (OEA) apontou que haviam ocorrido irregularidades nas votações e que os resultados não eram confiáveis.
No entanto, a OEA não constatou ocorrência de fraudes. Estudos acadêmicos publicados em 2020 analisaram o método utilizado pela entidade e chegaram à conclusão que as análises da organização estavam incorretas.
A defesa de Añez argumentou que o Tribunal Constitucional Plurinacional reconheceu a legalidade do mandato de Áñez e até o Congresso, controlado pelo partido de Morales, aprovou a prorrogação de seu mandato “constitucional” quando a pandemia de Covid-19 forçou o adiamento das eleições em 2020.
Claudia Morales/Reuters
A ex-presidente da Bolívia Jeanine Áñez foi libertada da prisão nesta quinta-feira (6) após passar quatro anos e oito meses encarcerada.
Ela havia sido presa em 2021. Em 2022, ela foi condenada a 10 anos de prisão acusada de golpe de Estado contra seu antecessor, Evo Morales.
Sua sentença, porém, foi anulada na quarta (5) pelo Triunal Superior de Justiça da Bolívia.
Áñez assumiu a Presidência da Bolívia dois dias após a renúncia de Evo Morales, em 2019. Sua posse foi endossada pelo Tribunal Constitucional da Bolívia. Ela afirmava que seu principal objetivo era convocar novas eleições e que não concorreria nelas.
Porém, em janeiro de 2020 ela tomou uma decisão contrária e decidiu ser candidata, em uma época em que as pesquisas lhe davam altos índices de aprovação.
Áñez acabou renunciando à candidatura no final de setembro, diante do seu fraco desempenho nas pesquisas. Ela disse ter feito isso para que “Evo não voltasse”.
Em março de 2021, o Ministério Público boliviano pediu sua prisão. Ela foi encontrada pela polícia no dia seguinte, escondida dentro de uma cama box. Relembre:
VÍDEO: Ex-presidente boliviana Jeanine Áñez é presa
Condenação
Áñez foi julgada por seus atos como senadora, antes de assumir a presidência interina da Bolívia, em 12 de novembro de 2019.
Ela sucedeu Morales dois dias depois da renúncia do mandatário, em meio a uma forte convulsão social. Os opositores denunciaram que Morales havia cometido fraude nas eleições de outubro daquele ano para ter acesso a um quarto mandato consecutivo, que iria até 2025.
Quando foi alçada a presidente interina, Áñez reprimiu a forte oposição de movimentos sociais e camponeses ligados a Morales.
Uma investigação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) estabeleceu que nos primeiros meses de seu governo houve 35 mortes em manifestações.
Morales renunciou à presidência 21 dias após as eleições de 2019, em meio a uma onda de protestos de rua acusando-o de fraudes eleitorais que incluiu um motim policial e uma comunicação das forças armadas “sugerindo” que ele deixasse o cargo.
Uma auditoria realizada pela Organização dos Estados Americanos (OEA) apontou que haviam ocorrido irregularidades nas votações e que os resultados não eram confiáveis.
No entanto, a OEA não constatou ocorrência de fraudes. Estudos acadêmicos publicados em 2020 analisaram o método utilizado pela entidade e chegaram à conclusão que as análises da organização estavam incorretas.
A defesa de Añez argumentou que o Tribunal Constitucional Plurinacional reconheceu a legalidade do mandato de Áñez e até o Congresso, controlado pelo partido de Morales, aprovou a prorrogação de seu mandato “constitucional” quando a pandemia de Covid-19 forçou o adiamento das eleições em 2020.

