'Caçadores de furacão' sobrevoam Melissa e avião chacoalha ao enfrentar turbulência extrema; VÍDEO<div>'Caçadores de furacão' sobrevoam Melissa e avião chacoalha ao enfrentar turbulência extrema; VÍDEO</div>
Imagens mostram turbulência em voo dos ‘caçadores de furacão’ dentro do Melissa
Pesquisadores da Associação Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) filmaram o momento em que eles atravessam a parede do olho do furacão Melissa em um voo para coletar dados do fenômeno.
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O vídeo mostra a turbulência enfrentada pela equipe de cientistas a bordo do avião em meio à tormenta. A equipe que realiza os voos é apelidada de “caçadores de furacões”. O avião usado para a missão também tem seu próprio apelido: “Kermit”, personagem da série Muppetts conhecido no Brasil como Sapo Caco.
“Este é um vídeo do nosso voo outro dia para #Melissa enquanto atravessávamos a parede do olho do furacão em direção ao olho. Dá para ter uma ideia do tanto de turbulência e mostra como os pilotos e a tripulação são incríveis para manter o avião estável”, explicou o cientista Andy Hazelton, que faz parte da equipe do NOAA . Ele não especificou o voo em que a filmagem foi realizada.
“Também queria agradecer à equipe de manutenção por manter o Kermit em boas condições durante a sequência de voos. Não tivemos um único voo cancelado durante o que acabou sendo quase uma semana de missões.”
O Melissa tocou o solo jamaicano como um furacão de categoria 5 e com ventos de 300 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês). Quatro pessoas morreram, segundo o governo jamaicano. Mais de 20 também morreram no Haiti.
O furacão Melissa se tornou a “tempestade do século” na Jamaica e foi um dos furacões mais fortes já registrados na história do Oceano Atlântico, segundo meteorologistas da Organização Mundial da Meteorologia (OMM) e do NHC.
‘Miss Piggy’ e ‘Kermit’
Apelidados de Miss Piggy e Kermit, dois aviões fabricados na década de 1970 têm a missão de entrar onde ninguém quer estar: no olho dos furacões mais devastadores do mundo.
As aeronaves são dois quadrimotores Lockheed WP-3D Orion, a serviço do governo americano desde 1976. No Brasil, os Electra, versão comercial dessa aeronave, ficaram conhecidos por voar na ponte aérea entre São Paulo e Rio até 1992.
Eles voam a até 8.200 metros de altitude, podem atingir 463 km/h e voar 11h30 sem precisar abastecer.
Kermit, um dos aviões dos “Caçadores de Furacões”
Wikimedia Commons
Ambos integram o grupo “caçadores de furacões”, formado por cientistas da NOAA. “Os WP-3D Orion da NOAA estão equipados com uma ampla gama de instrumentos científicos, radares e sistemas de gravação para medições da atmosfera, da Terra e do seu ambiente”, diz o site da agência
Os aviões são usados frequentemente pela NOAA para colher dados de tempestades tropicais, ciclones e furacões e fornecê-los a agências de previsão do tempo.
As medições, segundo a NOAA, ajudam a compreender a estrutura de uma tempestade e os ventos que a orientam. As aeronaves têm sondas e radares que medem pressão, temperatura, umidade e vento. Os dados são usados ​​em modelos de computador que ajudam os meteorologistas a prever a intensidade e a rota de furacões.
“É como andar de montanha-russa em um lava-rápido, porque você não consegue ver nada pelas janelas na parede do olho [do furacão]. É como uma lavagem de carro. Na verdade, mesmo no meio do dia escurece dentro do avião”, explica Richard Henning, diretor de voo da NOAA.
As missões, segundo ele, podem levar até nove horas. As aeronaves preenchem uma lacuna tecnológica: por voar a baixa altitude, fornecem informações de furacões que não estão disponíveis em radares terrestres ou informações de satélite, de acordo com a NOAA.
Miss Piggy e Kermit já atuaram em missões nos oceanos Atlântico e Pacífico, no Caribe, no Golfo do México, no Ártico e no Alasca.
Avião caça-furacões durante turbulência extrema ao sobrevoar furacão Melissa
Reprodução

By Marsescritor

MARSESCRITOR tem formação em Letras, é também escritor com 10 livros publicados.