Coreia do Norte testa mísseis de ‘forças nucleares’ pouco antes de visita de Trump à Coreia do SulCoreia do Norte testa mísseis de ‘forças nucleares’ pouco antes de visita de Trump à Coreia do Sul
Kim Jong-un em junho de 2018
Jonathan Ernst/Reuters
A Coreia do Norte anunciou que realizou nesta terça-feira (28) um teste com mísseis de cruzeiro. Segundo a agência estatal KCNA, os artefatos integram as “forças nucleares” do país. O teste ocorre pouco antes da chegada do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à Coreia do Sul.
✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
O presidente norte-americano desembarcará na Coreia do Sul, na quarta-feira (29), para participar de reuniões do fórum Cooperação Econômica Ásia-Pacífico. Ele deve se encontrar com líderes regionais, incluindo o presidente da China, Xi Jinping.
Conforme a imprensa norte-coreana, os lançamentos foram feitos no Mar Amarelo, no oeste da Península Coreana, e envolveu mísseis de cruzeiro modificados para lançamento a partir de navios.
Ainda segundo a KCNA, os artefatos foram lançados verticalmente e percorreram uma trajetória pré-estabelecida antes de atingir seus alvos. O líder supremo Kim Jong-un não acompanhou os testes, de acordo com a Reuters.
A Coreia do Norte disse que o teste faz parte da estratégia de ampliar a aplicação dos meios de dissuasão do país, além de demonstrar sua capacidade contra potenciais adversários.
“Devemos renovar constantemente nossa capacidade de combate e, em especial, afiar continuamente o estado de prontidão nuclear”, afirmou Pak Jong-chon, vice-presidente da Comissão Militar Central do Partido do Trabalho da Coreia, à KCNA.
A Coreia do Norte já havia feito um teste com mísseis no dia 22 de outubro.
Trump quer se encontrar com Kim
Presidente dos EUA, Donald Trump, e líder norte-coreano, Kim Jong-un, se cumprimentam no início da cúpula de Hanói, no Vietnã, nesta quarta-feira (24)
Saul Loeb / AFP
Trump fez vários convites para se encontrar com Kim Jong-un, enquanto se preparava para visitar a Coreia do Sul nesta semana, segundo a Reuters. Autoridades em Seul atuaram como apoiadoras da iniciativa.
Até agora, não houve qualquer reação pública da Coreia do Norte, e autoridades americanas e sul-coreanas afirmaram que não há preparativos concretos em andamento.
Trump tem usado sua passagem pela Ásia para reforçar a disposição de se encontrar com o ditador norte-coreano, na tentativa de retomar a sequência de reuniões realizadas durante seu primeiro mandato.
“Eu sempre tive um bom relacionamento com ele”, disse Trump na segunda-feira (27). “Adoraria vê-lo, se ele quiser, se receber esta mensagem. Não mencionamos nada, mas ele sabe que estou indo para lá. Se ele quiser se encontrar, adoraria me encontrar com ele.”
Questionado sobre o que poderia levar Kim à mesa de negociações, Trump citou as sanções. “Isso já é algo grande para começar”, afirmou. “Eu diria que é praticamente o máximo que se pode oferecer.”
Trump e Kim se encontraram em 2018 e 2019, antes que as negociações fracassassem devido ao arsenal nuclear de Pyongyang. A Coreia do Norte está sob pesadas sanções internacionais por suas armas nucleares e mísseis balísticos.
No mês passado, Kim sinalizou disposição para se encontrar com Trump se os EUA desistissem da exigência de que ele abandonasse seu arsenal nuclear, mas rejeitou qualquer diálogo com a Coreia do Sul.
“Pessoalmente, ainda guardo boas lembranças do presidente Trump”, disse Kim em discurso, segundo a agência estatal KCNA.
“Se os Estados Unidos abandonarem a absurda obsessão pela desnuclearização e aceitarem a realidade, e quiserem uma convivência pacífica genuína, não há razão para não sentarmos à mesa.”
O presidente sul-coreano, Lee Jae Myung, que assumiu o cargo em junho e busca reduzir tensões com o Norte, sugeriu que Trump aproveite a visita para dialogar com Kim.
Na segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin.
Putin e Kim selaram um tratado de parceria estratégica no ano passado, incluindo pacto de defesa mútua. A Coreia do Norte enviou soldados, artilharia, munição e mísseis para apoiar a Rússia na guerra da Ucrânia.
VÍDEOS: em alta no g1
Veja os vídeos que estão em alta no g1

By Marsescritor

MARSESCRITOR tem formação em Letras, é também escritor com 10 livros publicados.