Ana María Machado, filha de María Corina Machado, recebe o Prêmio Nobel da Paz em nome da mãe, em 10 de dezembro de 2025.
Ole Berg-Rusten/ Reuters
A vencedora do Prêmio Nobel da Paz 2025 María Corina Machado não participou da cerimônia de entrega da premiação, que começou nesta quarta-feira (10) em Oslo, na Noruega.
Mas a líder venezuelana tentou chegar à cerimônia em uma missão secreta da qual os Estados Unidos estavam cientes, segundo uma reportagem do jornal “The Wall Street Journal” publicada nesta quarta.
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Segundo fontes do governo norte-americano ouvidas pelo jornal, María Corina Machado, que vive escondida na Venezuela, deixou seu país em barco apenas 24 horas antes da cerimônia em Oslo. Ela foi então levada até Curação, no Caribe. De lá, pegou um voo para a Noruega, ainda de acordo com a reportagem.
Além do governo norte-americano, seus aliados e parentes sabiam da operação, mas também manobraram para que a viagem não se tornasse pública — isso porque María Corina Machado é buscada pelo regime do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Mais ainda, Corina Machado contou com a ajuda de “alguns membros do regime do presidente Nicolás Maduro” para concluir a missão, segundo agência americana “Bloomberg”. Uma fonte familiarizada com a empreitada afirmou à agência que tal movimento foi visto por membros do governo Trump como um sinal de disposição para cooperar caso Maduro deixe o poder.
Apesar dos esforços, ela não conseguiu chegar a tempo da cerimônia de entrega do Nobel da Paz, que ocorreu nesta manhã na capital norueguesa. A filha da opositora venezuelana, Ana Corina Machado, recebeu o prêmio em nome da mãe.
Ela confirmou que a líder da oposição estava a caminho da Noruega e indicou que a mãe pode permanecer em solo norueguês por um tempo.
Ana Corina Machado leu ainda um discurso escrito pela mãe.
No discurso, Corina Machado acusou chamou o regime de Nicolás Maduro de “terrorismo de Estado”, acusou o chavismo de “corrupção obscena” e de formar uma “ditadura brutal”. Disse ainda que sua geração não trabalhou para manter a liberdade que tinha e para fortalecer as instituições venezuelanos.
Na cerimônia, um porta-voz do Comitê do Nobel, responsável por conceder o prêmio, afirmou que a líder oposicionista irá a Oslo, na Noruega, mas chegará apenas durante a noite, diz o comitê. Em uma mensagem de voz enviada ao comitê mais cedo, Corina Machado disse que “estou a caminho”, embora não tenha revelado onde estava.
Segundo o jornal “The Washington Post”, com base em fontes, ela deixou a Venezuela em barco até Curaçao, de onde pegou avião para a Noruega.
Em outubro, o comitê do Nobel anunciou o Prêmio Nobel da Paz para María Corina Machado, que vive escondida na Venezuela desde que recebeu mandado de prisão do governo de Nicolás Maduro.
O comunicado não explica por que María Corina Machado, que vive escondida na Venezuela, não poderá ir à premiação, mas diz que ela fez “uma viagem em situação de extremo perigo” e “está segura”.
“A laureada com o Prêmio Nobel da Paz, Maria Corina Machado, fez tudo ao seu alcance para estar presente na cerimônia de hoje. Uma viagem em situação de extremo perigo. Embora não tenha conseguido chegar à cerimônia e aos eventos de hoje, estamos profundamente felizes em confirmar que ela está bem e que estará conosco em Oslo”, diz o comunicado.
Mais cedo, o diretor do Instituto Nobel, Kristian Berg Harpviken, disse à rádio norueguesa “NRK” que “simplesmente não sei onde ela está”.
A premiação, que ainda acontecia até a última atualização desta reportagem, também teve a presença da mãe de María Corina Machado e de Edmundo González, candidato da oposição que alega ter vencido as últimas eleições na Venezuela.
Nobel da Paz: María Corina Machado não receberá prêmio pessoalmente
Desde que o prêmio foi anunciado, era um mistério se Corina Machado conseguiria viajar a Oslo. A líder opositora não aparece em público há 11 meses, quando compareceu a um protesto em Caracas contra o presidente Nicolás Maduro e foi brevemente sequestrada.
Na terça-feira (9), a presença de Corina Machado ficou ainda mais incerta porque ela não foi vista na capital norueguesa e uma coletiva de imprensa com ela teve de ser cancelada.
Machado está sujeita a uma proibição de viagens imposta pelas autoridades venezuelanas há uma década e está escondida há mais de um ano. Em novembro, o procurador-geral da Venezuela, alinhado a Nicolás Maduro, afirmou à AFP que a Nobel da Paz será considerada “foragida” se deixar o país.
Foto de arquivo: Maria Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, discursa para apoiadores em protesto contra posse de Maduro para um terceiro mandato, em Caracas, em 9 de janeiro de 2025.
Reuters/Leonardo Fernandez Viloria/Foto de arquivo
Dezenas de venezuelanos no exílio viajaram à capital norueguesa para acompanhar a opositora de 58 anos, que vive na clandestinidade desde agosto de 2024 e não aparece em público desde janeiro.
O Instituto Nobel havia confirmado no sábado (6) a presença de Machado para receber o prêmio, que inclui uma medalha de ouro, um diploma e uma quantia de US$ 1,2 milhão (cerca de R$ 6,51 milhões).
“María Corina Machado disse ela mesma o quanto tem sido difícil vir à Noruega”, declarou o porta-voz do Instituto Nobel, Erik Aasheim.
“Esperamos que ela participe da cerimônia”, acrescentou.
O Comitê Norueguês do Nobel havia convidado Machado a Oslo para receber o prêmio na presença do rei Harald, da rainha Sonja e de líderes latino-americanos, incluindo o presidente argentino Javier Milei e o presidente equatoriano Daniel Noboa.
Família e aliados em Oslo
Saiba quem é María Corina Machado, vencedora do Nobel da Paz 2025
Com o paradeiro da protagonista envolto em mistério, familiares, aliados políticos e alguns presidentes latino-americanos aguardam em Oslo.
Na terça, chegaram à Noruega o opositor Edmundo González Urrutia, candidato às eleições presidenciais de 2024, que vive exilado na Espanha, e o presidente argentino, Javier Milei.
Também estão convidados para a cerimônia os presidentes do Panamá, José Raúl Mulino; do Equador, Daniel Noboa; e do Paraguai, Santiago Peña.
No Grand Hotel, onde os laureados do Nobel costumam se hospedar, a mãe da premiada, Corina Parisca, suas irmãs e ao menos dois de seus três filhos afirmavam não saber onde ela está, mas mantinham confiança em sua chegada.
“Se Deus quiser, assim será”, repetiam familiares e admiradores anônimos que aguardavam na saída do hotel para ver “se aparece”, diziam.
Em Oslo, grupos pacifistas e figuras da esquerda norueguesa protestaram à tarde em frente ao Instituto Nobel com os lemas: “Não ao Prêmio Nobel da Paz para belicistas” e “EUA, tire as mãos da América Latina!”.
Machado demonstrou apoio às operações militares dos Estados Unidos no Caribe e no Pacífico, que mataram ao menos 87 pessoas em ataques contra supostas embarcações de narcotraficantes.
Em sua primeira declaração após ser anunciada como vencedora, Corina Machado agradeceu o presidente dos EUA, Donald Trump: “Eu dedico este prêmio ao sofrimento do povo venezuelano e ao presidente Trump por seu apoio decisivo à nossa causa!”.
Apoio a María Corina Machado mobiliza atos em mais de 80 cidades
Onze meses de mistério
Engenheira de formação, Machado entrou na clandestinidade após as eleições de julho de 2024, terminou com a reeleição de Nicolás Maduro, em meio a denúncias de fraude e da recusa de observadores internacionais em legitimar o resultado.
A líder opositora, impedida de concorrer nessas eleições, afirmou que Maduro roubou a eleição de seu candidato, Edmundo González, e publicou cópias dos votos emitidos nas máquinas como prova da fraude.
O chavismo rejeitou as acusações, mas Estados Unidos, União Europeia e vários países latino-americanos não reconhecem sua reeleição.
Machado não aparece em público há 11 meses, desde que participou de um protesto em Caracas contra a posse de Maduro para um terceiro mandato.
O Nobel foi anunciado em 10 de outubro e justificado “por seu incansável trabalho em favor dos direitos democráticos do povo venezuelano e por sua luta por uma transição justa e pacífica da ditadura à democracia”.
No mesmo dia da premiação, o chavismo realizará uma manifestação em Caracas, anunciou na segunda-feira o ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello.
Ole Berg-Rusten/ Reuters
A vencedora do Prêmio Nobel da Paz 2025 María Corina Machado não participou da cerimônia de entrega da premiação, que começou nesta quarta-feira (10) em Oslo, na Noruega.
Mas a líder venezuelana tentou chegar à cerimônia em uma missão secreta da qual os Estados Unidos estavam cientes, segundo uma reportagem do jornal “The Wall Street Journal” publicada nesta quarta.
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Segundo fontes do governo norte-americano ouvidas pelo jornal, María Corina Machado, que vive escondida na Venezuela, deixou seu país em barco apenas 24 horas antes da cerimônia em Oslo. Ela foi então levada até Curação, no Caribe. De lá, pegou um voo para a Noruega, ainda de acordo com a reportagem.
Além do governo norte-americano, seus aliados e parentes sabiam da operação, mas também manobraram para que a viagem não se tornasse pública — isso porque María Corina Machado é buscada pelo regime do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Mais ainda, Corina Machado contou com a ajuda de “alguns membros do regime do presidente Nicolás Maduro” para concluir a missão, segundo agência americana “Bloomberg”. Uma fonte familiarizada com a empreitada afirmou à agência que tal movimento foi visto por membros do governo Trump como um sinal de disposição para cooperar caso Maduro deixe o poder.
Apesar dos esforços, ela não conseguiu chegar a tempo da cerimônia de entrega do Nobel da Paz, que ocorreu nesta manhã na capital norueguesa. A filha da opositora venezuelana, Ana Corina Machado, recebeu o prêmio em nome da mãe.
Ela confirmou que a líder da oposição estava a caminho da Noruega e indicou que a mãe pode permanecer em solo norueguês por um tempo.
Ana Corina Machado leu ainda um discurso escrito pela mãe.
No discurso, Corina Machado acusou chamou o regime de Nicolás Maduro de “terrorismo de Estado”, acusou o chavismo de “corrupção obscena” e de formar uma “ditadura brutal”. Disse ainda que sua geração não trabalhou para manter a liberdade que tinha e para fortalecer as instituições venezuelanos.
Na cerimônia, um porta-voz do Comitê do Nobel, responsável por conceder o prêmio, afirmou que a líder oposicionista irá a Oslo, na Noruega, mas chegará apenas durante a noite, diz o comitê. Em uma mensagem de voz enviada ao comitê mais cedo, Corina Machado disse que “estou a caminho”, embora não tenha revelado onde estava.
Segundo o jornal “The Washington Post”, com base em fontes, ela deixou a Venezuela em barco até Curaçao, de onde pegou avião para a Noruega.
Em outubro, o comitê do Nobel anunciou o Prêmio Nobel da Paz para María Corina Machado, que vive escondida na Venezuela desde que recebeu mandado de prisão do governo de Nicolás Maduro.
O comunicado não explica por que María Corina Machado, que vive escondida na Venezuela, não poderá ir à premiação, mas diz que ela fez “uma viagem em situação de extremo perigo” e “está segura”.
“A laureada com o Prêmio Nobel da Paz, Maria Corina Machado, fez tudo ao seu alcance para estar presente na cerimônia de hoje. Uma viagem em situação de extremo perigo. Embora não tenha conseguido chegar à cerimônia e aos eventos de hoje, estamos profundamente felizes em confirmar que ela está bem e que estará conosco em Oslo”, diz o comunicado.
Mais cedo, o diretor do Instituto Nobel, Kristian Berg Harpviken, disse à rádio norueguesa “NRK” que “simplesmente não sei onde ela está”.
A premiação, que ainda acontecia até a última atualização desta reportagem, também teve a presença da mãe de María Corina Machado e de Edmundo González, candidato da oposição que alega ter vencido as últimas eleições na Venezuela.
Nobel da Paz: María Corina Machado não receberá prêmio pessoalmente
Desde que o prêmio foi anunciado, era um mistério se Corina Machado conseguiria viajar a Oslo. A líder opositora não aparece em público há 11 meses, quando compareceu a um protesto em Caracas contra o presidente Nicolás Maduro e foi brevemente sequestrada.
Na terça-feira (9), a presença de Corina Machado ficou ainda mais incerta porque ela não foi vista na capital norueguesa e uma coletiva de imprensa com ela teve de ser cancelada.
Machado está sujeita a uma proibição de viagens imposta pelas autoridades venezuelanas há uma década e está escondida há mais de um ano. Em novembro, o procurador-geral da Venezuela, alinhado a Nicolás Maduro, afirmou à AFP que a Nobel da Paz será considerada “foragida” se deixar o país.
Foto de arquivo: Maria Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, discursa para apoiadores em protesto contra posse de Maduro para um terceiro mandato, em Caracas, em 9 de janeiro de 2025.
Reuters/Leonardo Fernandez Viloria/Foto de arquivo
Dezenas de venezuelanos no exílio viajaram à capital norueguesa para acompanhar a opositora de 58 anos, que vive na clandestinidade desde agosto de 2024 e não aparece em público desde janeiro.
O Instituto Nobel havia confirmado no sábado (6) a presença de Machado para receber o prêmio, que inclui uma medalha de ouro, um diploma e uma quantia de US$ 1,2 milhão (cerca de R$ 6,51 milhões).
“María Corina Machado disse ela mesma o quanto tem sido difícil vir à Noruega”, declarou o porta-voz do Instituto Nobel, Erik Aasheim.
“Esperamos que ela participe da cerimônia”, acrescentou.
O Comitê Norueguês do Nobel havia convidado Machado a Oslo para receber o prêmio na presença do rei Harald, da rainha Sonja e de líderes latino-americanos, incluindo o presidente argentino Javier Milei e o presidente equatoriano Daniel Noboa.
Família e aliados em Oslo
Saiba quem é María Corina Machado, vencedora do Nobel da Paz 2025
Com o paradeiro da protagonista envolto em mistério, familiares, aliados políticos e alguns presidentes latino-americanos aguardam em Oslo.
Na terça, chegaram à Noruega o opositor Edmundo González Urrutia, candidato às eleições presidenciais de 2024, que vive exilado na Espanha, e o presidente argentino, Javier Milei.
Também estão convidados para a cerimônia os presidentes do Panamá, José Raúl Mulino; do Equador, Daniel Noboa; e do Paraguai, Santiago Peña.
No Grand Hotel, onde os laureados do Nobel costumam se hospedar, a mãe da premiada, Corina Parisca, suas irmãs e ao menos dois de seus três filhos afirmavam não saber onde ela está, mas mantinham confiança em sua chegada.
“Se Deus quiser, assim será”, repetiam familiares e admiradores anônimos que aguardavam na saída do hotel para ver “se aparece”, diziam.
Em Oslo, grupos pacifistas e figuras da esquerda norueguesa protestaram à tarde em frente ao Instituto Nobel com os lemas: “Não ao Prêmio Nobel da Paz para belicistas” e “EUA, tire as mãos da América Latina!”.
Machado demonstrou apoio às operações militares dos Estados Unidos no Caribe e no Pacífico, que mataram ao menos 87 pessoas em ataques contra supostas embarcações de narcotraficantes.
Em sua primeira declaração após ser anunciada como vencedora, Corina Machado agradeceu o presidente dos EUA, Donald Trump: “Eu dedico este prêmio ao sofrimento do povo venezuelano e ao presidente Trump por seu apoio decisivo à nossa causa!”.
Apoio a María Corina Machado mobiliza atos em mais de 80 cidades
Onze meses de mistério
Engenheira de formação, Machado entrou na clandestinidade após as eleições de julho de 2024, terminou com a reeleição de Nicolás Maduro, em meio a denúncias de fraude e da recusa de observadores internacionais em legitimar o resultado.
A líder opositora, impedida de concorrer nessas eleições, afirmou que Maduro roubou a eleição de seu candidato, Edmundo González, e publicou cópias dos votos emitidos nas máquinas como prova da fraude.
O chavismo rejeitou as acusações, mas Estados Unidos, União Europeia e vários países latino-americanos não reconhecem sua reeleição.
Machado não aparece em público há 11 meses, desde que participou de um protesto em Caracas contra a posse de Maduro para um terceiro mandato.
O Nobel foi anunciado em 10 de outubro e justificado “por seu incansável trabalho em favor dos direitos democráticos do povo venezuelano e por sua luta por uma transição justa e pacífica da ditadura à democracia”.
No mesmo dia da premiação, o chavismo realizará uma manifestação em Caracas, anunciou na segunda-feira o ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello.

