Entenda o que é o 'shutdown' do governo dos EUA, que pode gerar cancelamentos de voos no país<div>Entenda o que é o 'shutdown' do governo dos EUA, que pode gerar cancelamentos de voos no país</div>
Entenda o que é o ‘shutdown’ do governo dos EUA e os impactos da paralisação
A paralisação no governo americano, também conhecida como “shutdown”, entra no 38º dia nesta sexta-feira (7). Essa já é a mais longa da história do país e afeta uma série de serviços públicos.
Por causa de uma ordem de segurança do Departamento de Transportes devido à falta de funcionários durante a paralisação do governo, ao menos 4% dos voos dos Estados Unidos devem ser cancelados nesta sexta. A medida afeta os 40 maiores aeroportos do país e causou um dia de caos nesta sexta, com mais de 800 voos cancelados.
Entenda o que é o shutdown:
A paralisação ocorre quando o Congresso não aprova o orçamento federal dentro do prazo. Com isso, o governo fica sem dinheiro para manter serviços e pagar servidores federais.
No centro do impasse está a saúde. Os democratas, opositores de Donald Trump, afirmam que só aprovarão o projeto se programas de assistência médica forem prolongados.
O governo precisa de 60 votos no Senado para aprovar o orçamento, mas apenas 53 senadores são do mesmo partido do presidente.
Trump tem colocado a culpa da paralisação nos democratas. Nas redes, contas do governo afirmam que a oposição escolheu o “caos” e está prejudicando o país.
Por que o setor de aviação está sendo afetado?
A aviação está sendo prejudicada pelo shutdown devido à falta de trabalhadores que atuam no controle aéreo. Esses servidores estão desde o dia 1º de outubro trabalhando sem receber, e muitos começaram a faltar ao serviço.
✈️ Diante da crise, o secretário de Transportes, Sean Duffy, determinou que 4% dos voos fossem cancelados a partir das 8h (horário de Brasília) desta sexta-feira. Esse percentual deve subir para 10% até o dia 14 de novembro.
A analista de aviação Cirium estimou que até 1.800 voos sejam cancelados por dia, o que impactaria até 268 mil passageiros diariamente. Além dos cancelamentos, passageiros também devem enfrentar atrasos, que têm se tornado cada vez mais com
A redução no número de voos nos Estados Unidos ocorre a poucas semanas da temporada de férias e do feriado de Ação de Graças, quando milhares de pessoas viajam para se reunir com suas famílias.
O último shutdown, que aconteceu no primeiro governo Trump em 2019 e durou 35 dias, provocou filas maiores nos pontos de controle dos aeroportos. Na época, as autoridades reduziram o tráfego aéreo em Nova York.
Como o shutdown afeta outros serviços americanos
A paralisação é a 15ª desde 1981. Com o governo impedido de gastar, milhares de servidores públicos são colocados em licença, enquanto outros, que trabalham em serviços essenciais, tiveram seus salários suspensos. A remuneração será paga de forma retroativa quando o orçamento for normalizado.
🗽 Ainda no setor do turismo, parques nacionais, museus e zoológicos federais também podem fechar ou ter serviços internos suspensos. A Estátua da Liberdade, em Nova York, e o National Mall, em Washington, devem interromper as visitas, por exemplo.
Aviões estacionados no aeroporto de LaGuardia, em Nova York
Reuters
Impactos internos
💸 Para os moradores, alguns serviços continuam funcionando, como o pagamento de aposentadorias e benefícios de invalidez, além de programas de saúde.
O Serviço Postal segue operando, já que não depende do orçamento do Congresso.
Programas de assistência alimentar funcionando podem continuar enquanto houver recursos.
Tribunais federais e a Receita Federal podem ter operações limitadas se a paralisação se prolongar.
🚨 Em relação à segurança, agentes do FBI, da Guarda Nacional e de outras forças federais continuarão trabalhando, assim como patrulhas de fronteira e fiscalização de imigração.
No Pentágono, mais da metade dos 742 mil funcionários civis foi afastada.
Visitas de chefes de Estado ou autoridades estrangeiras previstas durante a paralisação devem ser canceladas.
Cerca de 2 milhões de militares americanos permanecerão em seus postos.
Contratos fechados antes do início do shutdown seguem válidos, e o Departamento de Guerra poderá solicitar suprimentos para garantir a segurança nacional.
A paralisação também pode atrasar a divulgação de dados econômicos importantes, afetando políticas públicas e investidores, além de limitar empréstimos e serviços para pequenas empresas.
Trump durante encontro com Netanyahu na Casa Branca
Kevin Lamarque/Reuters
Batalha política
O último shutdown do governo dos Estados Unidos ocorreu entre 2018 e 2019. O centro da disputa foi um pedido de Trump para financiar a construção de um muro na fronteira com o México. Na ocasião, a paralisação custou US$ 3 bilhões à economia americana, o equivalente a 0,02% do PIB.
Desta vez, o ponto de atrito é a saúde. Os democratas dizem que só aprovarão o orçamento caso programas de assistência médica que estão prestes a expirar sejam prolongados. Já os republicanos de Trump insistem que saúde e orçamento devem ser tratados como questões separadas.
“Isso não faz nada, absolutamente nada para resolver a maior crise de saúde da América”, disse o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, ao pedir que colegas rejeitem o projeto de orçamento de Trump.
Enquanto isso, republicanos acusam os democratas de usar o orçamento como moeda de troca para atender demandas de sua base antes das eleições legislativas de 2026, que definirão o controle do Congresso.
“A determinação da extrema esquerda de se opor a tudo o que o presidente Trump disse ou fez não é um bom motivo para submeter o povo americano à dor de uma paralisação do governo”, disse o senador John Thune.
O Capitólio dos EUA em 30 de setembro de 2025
Alex Wroblewski/AFP
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By Marsescritor

MARSESCRITOR tem formação em Letras, é também escritor com 10 livros publicados.