Veículos de entrega do Serviço Postal dos EUA
AP Photo/Nati Harnik, File
O tráfego postal internacional com destino aos Estados Unidos caiu mais de 80% desde que o governo Donald Trump acabou com a chamada isenção de minimis, que permitia a entrada de pacotes de baixo valor sem cobrança de tarifas alfandegárias.
O dado foi divulgado neste sábado (6) pela União Postal Universal (UPU), agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que coordena o sistema postal em 192 países.
O que mudou
Até o fim de agosto, compras no exterior de até R$ 4,3 mil (US$ 800) podiam entrar nos EUA sem a necessidade de passar pela alfândega ou pagar impostos. A medida era considerada uma forma de facilitar o comércio eletrônico internacional, especialmente de pequenos pacotes.
Com a mudança, em vigor desde 29 de agosto, todos os pacotes precisam ser avaliados, e as transportadoras aéreas e operadores logísticos passaram a ser responsáveis por calcular, recolher e repassar os tributos à alfândega americana (U.S. Customs and Border Protection). As tarifas variam conforme o país de origem e podem chegar a 10% a 50% do valor da mercadoria.
Donald Trump durante pronunciamento à imprensa na Casa Branca, em 5 de setembro de 2025
Reuters/Brian Snyder
Queda imediata e suspensões
Segundo a UPU, as trocas de dados entre os correios nacionais indicam que o volume de encomendas caiu 81% em apenas um dia em comparação com a semana anterior à regra.
Ao menos 88 operadores postais de diferentes países suspenderam parcial ou totalmente os envios para os EUA. O motivo é a falta de mecanismos técnicos para recolher e transferir os tributos exigidos. Muitas companhias aéreas também informaram não ter condições de assumir essa responsabilidade.
Trump associou isenção a tráfico de drogas
A isenção alfandegária para pequenos pacotes existia nos EUA desde 1938. O governo Trump afirma que a regra se transformou em uma “brecha” explorada por empresas estrangeiras para evitar tarifas de importação e por criminosos para enviar drogas ao país.
A medida lembra a chamada “taxa das blusinhas”, criada no Brasil em 2023, quando o governo passou a cobrar 60% de imposto de importação sobre compras internacionais de até US$ 50, antes isentas.
Segundo a Casa Branca, os americanos ainda poderão receber presentes de até R$ 540 (US$ 100) enviados por amigos ou familiares e trazer do exterior até R$ 1 mil (US$ 200) em lembranças pessoais sem cobrança de taxas.
Reação internacional
Antes da entrada em vigor da medida, a UPU enviou uma carta ao secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, expressando preocupação com o impacto sobre o comércio e a logística global. A entidade afirma que os países não receberam tempo ou instruções suficientes para adaptar seus sistemas à nova exigência.
A agência, sediada em Berna, na Suíça, classificou a situação como “grande disrupção operacional”, ressaltando que a suspensão de serviços pode afetar consumidores, empresas e até pequenas remessas pessoais.
*Com informações da Associated Press (AP).
Governo Trump entra com recurso na Suprema Corte para manter tarifaço
AP Photo/Nati Harnik, File
O tráfego postal internacional com destino aos Estados Unidos caiu mais de 80% desde que o governo Donald Trump acabou com a chamada isenção de minimis, que permitia a entrada de pacotes de baixo valor sem cobrança de tarifas alfandegárias.
O dado foi divulgado neste sábado (6) pela União Postal Universal (UPU), agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que coordena o sistema postal em 192 países.
O que mudou
Até o fim de agosto, compras no exterior de até R$ 4,3 mil (US$ 800) podiam entrar nos EUA sem a necessidade de passar pela alfândega ou pagar impostos. A medida era considerada uma forma de facilitar o comércio eletrônico internacional, especialmente de pequenos pacotes.
Com a mudança, em vigor desde 29 de agosto, todos os pacotes precisam ser avaliados, e as transportadoras aéreas e operadores logísticos passaram a ser responsáveis por calcular, recolher e repassar os tributos à alfândega americana (U.S. Customs and Border Protection). As tarifas variam conforme o país de origem e podem chegar a 10% a 50% do valor da mercadoria.
Donald Trump durante pronunciamento à imprensa na Casa Branca, em 5 de setembro de 2025
Reuters/Brian Snyder
Queda imediata e suspensões
Segundo a UPU, as trocas de dados entre os correios nacionais indicam que o volume de encomendas caiu 81% em apenas um dia em comparação com a semana anterior à regra.
Ao menos 88 operadores postais de diferentes países suspenderam parcial ou totalmente os envios para os EUA. O motivo é a falta de mecanismos técnicos para recolher e transferir os tributos exigidos. Muitas companhias aéreas também informaram não ter condições de assumir essa responsabilidade.
Trump associou isenção a tráfico de drogas
A isenção alfandegária para pequenos pacotes existia nos EUA desde 1938. O governo Trump afirma que a regra se transformou em uma “brecha” explorada por empresas estrangeiras para evitar tarifas de importação e por criminosos para enviar drogas ao país.
A medida lembra a chamada “taxa das blusinhas”, criada no Brasil em 2023, quando o governo passou a cobrar 60% de imposto de importação sobre compras internacionais de até US$ 50, antes isentas.
Segundo a Casa Branca, os americanos ainda poderão receber presentes de até R$ 540 (US$ 100) enviados por amigos ou familiares e trazer do exterior até R$ 1 mil (US$ 200) em lembranças pessoais sem cobrança de taxas.
Reação internacional
Antes da entrada em vigor da medida, a UPU enviou uma carta ao secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, expressando preocupação com o impacto sobre o comércio e a logística global. A entidade afirma que os países não receberam tempo ou instruções suficientes para adaptar seus sistemas à nova exigência.
A agência, sediada em Berna, na Suíça, classificou a situação como “grande disrupção operacional”, ressaltando que a suspensão de serviços pode afetar consumidores, empresas e até pequenas remessas pessoais.
*Com informações da Associated Press (AP).
Governo Trump entra com recurso na Suprema Corte para manter tarifaço