Foco militar na América Latina, 'apagamento civilizatório' na Europa, olho em Taiwan: o que diz a nova estratégia militar e de política externa do governo Trump<div>Foco militar na América Latina, 'apagamento civilizatório' na Europa, olho em Taiwan: o que diz a nova estratégia militar e de política externa do governo Trump</div>
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca
Reuters/Brian Snyder
O governo dos Estados Unidos publicou nesta sexta-feira (5) um plano em que detalha sua estratégia militar e de política externa.
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O documento mostra um foco militar na América Latina, preocupação com um “apagamento civilizatório” na Europa e atenção a Taiwan, território reivindicado pela China.
Veja, abaixo, os principais pontos:
Foco militar na América Latina;
Acabar com a “imigração em massa” para os Estados Unidos;
Na Ásia, o foco está em conquistar o futuro econômico e dissuadir confrontos militares, particularmente em relação a Taiwan e ao Mar da China Meridional.
Para a Europa, a estratégia busca restabelecer a estabilidade, incentivar uma maior autossuficiência em defesa e combater o que considera regulamentações transnacionais e políticas migratórias prejudiciais.
No Oriente Médio, a estratégia visa redistribuir os encargos, construir a paz e afastar-se das “guerras intermináveis”, observando o enfraquecimento do Irã desde 7 de outubro de 2023.
Para a África, a estratégia defende uma mudança da ajuda externa para o comércio e o investimento, com foco em parcerias mutuamente benéficas e no desenvolvimento de minerais críticos.
O governo Trump passará a focar mais na América Latina e no combate à imigração e, em contrapartida, irá se afastar de seu papel global, segundo a estratégia de política externa publicada pelos Estados Unidos nesta sexta-feira (5).
A estratégia prometeu um “reajuste de nossa presença militar global para enfrentar ameaças urgentes em nosso Hemisfério, afastando-nos de teatros cuja relevância relativa para a segurança nacional americana diminuiu nas últimas décadas ou anos”.
A publicação da nova estratégia de política externa ocorre em meio a uma ampla mobilização militar no Caribe e uma escalada de tensões sem precedentes contra o governo venezuelano de Nicolás Maduro. Com isso, é possível que a presença militar nos EUA na região seja mais duradoura do que previamente esperado. O combate a cartéis de drogas latino-americanos, como o que a Casa Branca diz estar fazendo desde agosto, está no documento.
Chamada de Estratégia de Segurança Nacional, o documento norteia as políticas externas que serão tomadas por um governo para buscar a supremacia de seus interesses sobre os dos demais países. Publicada periodicamente por diversos países do mundo, esta é a primeira do segundo mandato de Donald Trump.
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Segundo a estratégia, o governo Trump acredita que a influência de alguns países sobre a América Latina “será difícil de reverter”, porém os EUA vão apostar no aspecto que, muitas vezes, essa relação se dá mais pelo fator comercial que pelo alinhamento ideológico.
O documento delineia três elementos principais no realinhamento militar na região:
Uma presença mais adequada da Guarda Costeira e da Marinha para controlar as rotas marítimas, conter a migração ilegal e outras formas indesejadas de migração, reduzir o tráfico de pessoas e de drogas e controlar rotas de trânsito essenciais em situações de crise;
Empregos direcionados para proteger a fronteira e derrotar cartéis, incluindo, quando necessário, o uso de força letal para substituir a estratégia fracassada baseada apenas na aplicação da lei nas últimas décadas;
Estabelecer ou ampliar o acesso em locais de importância estratégica.
Estratégia de segurança dos EUA
A nova estratégia de segurança nacional do segundo governo Trump busca uma correção de conduta em relação às gestões anteriores que, segundo o documento, procuraram a dominação global, sobrecarregaram o país e permitiram que aliados terceirizassem seus custos de defesa para os EUA.
O documento publicado pela Casa Branca acusa a Europa de bloquear progresso no acordo de paz sobre a Ucrânia, prevê um “grande foco” em Taiwan por conta da dominância da ilha asiática na produção de semicondutores.

By Marsescritor

MARSESCRITOR tem formação em Letras, é também escritor com 10 livros publicados.