Bonde do Elevador da Glória tombou após descarrilar e deixou ao menos 16 mortos
REUTERS via BBC
Passava pouco das 18h de quarta-feira (3) quando um bondinho do famoso Elevador da Glória, em Lisboa, derrapou na curva de uma íngreme rua de paralelepípedos, colidiu com um prédio e tombou, segundo testemunhas oculares.
A carruagem “perdeu o controle”, descendo a toda velocidade e tombando de lado, contou Helen Chow, que estava na base da colina, à BBC.
O som parecia o de uma bomba, disse ela, seguido por um “silêncio assustador e completo… Havia fumaça preta como breu. Assim que se dissipou, você podia ver exatamente o que aconteceu”.
As pessoas estavam desesperadas e chorando, com outras correndo para ajudar, descreveu ela.
“Foi horrível”, disse. “Estou abalada.”
A polícia ainda está investigando a causa do acidente, que matou pelo menos 16 pessoas e feriu cerca de 20, algumas em estado grave, perto da Avenida da Liberdade, em Lisboa, na capital portuguesa.
Um brasileiro está entre os feridos, segundo confirmou à BBC News Brasil o cônsul-geral do Brasil em Lisboa, Alessandro Warley Candeas.
Um vídeo verificado pela BBC mostra o bonde amarelo e branco acidentado contra um prédio na curva de uma colina, com outro trem parado no final. Pessoas correm ladeira acima em direção ao local do acidente.
Imagens mostram acidente no Elevador da Glória, ponto turístico de Lisboa
Os dois vagões do bonde de 140 anos, movido a motores elétricos, ficam presos por um cabo que permite que um desça enquanto o outro sobe, passando um pelo outro brevemente ao longo do trajeto de três minutos.
Testemunhas descreveram como o vagão perto da base da colina, que estava começando a subir, bateu de ré um pouco antes do vagão superior descer a ladeira e colidir com o prédio.
Pouco antes do acidente, Chow, que é natural do Canadá e estava visitando Lisboa, disse ter ouvido um grito alto.
Ela viu o vagão inferior recuar alguns metros, ultrapassar a linha branca onde costumava parar e fazer “uma parada brusca” no final dos trilhos.
Chow viu detritos pretos e ouviu pessoas gritando enquanto o maquinista corria para abrir os portões da entrada.
“As pessoas pularam da janela daquele bonde”, disse ela. “Assim que isso aconteceu, vi o bonde do incidente colidir com o prédio ao lado do restaurante Subway.”
Abel Esteves, morador de Lisboa, estava no bonde inferior com quase 40 pessoas quando viu o outro “descer a grande velocidade”.
“Gritei para a minha esposa: ‘Vamos todos morrer aqui’, porque pensei que o bonde estava a descer em nossa direção”, disse ele à BBC.
Outra testemunha correu para ajudar depois de a carruagem inferior ter caído, antes de ver a outra descendo “fora de controle”.
“Só tivemos tempo de escapar, virar as costas e correr”, disse à Sic Notícias. “A carruagem caiu e atingiu o edifício em alta velocidade.”
Teresa d’Avó disse que o bonde “bateu num edifício com uma força brutal e desabou como uma caixa de papelão”, afirmando à Sic que parecia “sem freios”.
A guia turística Marianna Figueiredo estava entre os que correram para o local para tentar resgatar as pessoas.
“Comecei a subir a colina para ajudar as pessoas, mas quando cheguei lá, a única coisa que ouvi foi o silêncio.”
Figueiredo disse que inicialmente pensou que o segundo bonde estava vazio, mas quando o teto foi arrancado, “começou a ver os corpos”.
“Tentamos chamar imediatamente as ambulâncias e os bombeiros para ajudar”, disse ela, acrescentando que a comunidade local, incluindo motoristas e lojistas, prestou socorro.
“Muitas pessoas choravam ao meu redor. Estavam muito assustadas. Eu tentava acalmar as pessoas, perguntando seus nomes e de onde vinham”, disse ela.
Bondinho que descarrilou descia em alta velocidade, diz passageiro
Ela disse que o que viu é “muito difícil de descrever”.
“Foi muito ruim. Uma grande tragédia.”
Alguns turistas disseram à BBC que quase pegaram o bonde no momento do acidente.
Eric Packer, que vive nos EUA e visitava Lisboa durante as férias, disse à BBC que havia conversado com seus amigos sobre pegar o teleférico e tirado fotos às 18h e 18h01, mas decidiu voltar a pé para o hotel.
Eles caminharam cerca de 60 metros e ouviram um forte estrondo “como uma pedra caindo, como se um caminhão basculante tivesse derrubado uma carga de pedras” às 18h02.
Eles se viraram e viram poeira saindo do beco cerca de 45 metros atrás deles e voltaram para ver o que havia acontecido.
A princípio, ele pensou que fosse o trem mais abaixo que caiu, até que se virou e viu o outro trem que estava acima dele, e então percebeu “a magnitude do que havia acontecido”.
A foto que ele tirou mostra o trem amarelo e branco, um emaranhado de metal, na esquina do beco estreito sob a placa de um restaurante Subway, com o outro trem na base da colina abaixo dele.
“As pessoas estavam se aproximando e correndo para tentar ajudar”, disse ele. “Uma tragédia horrível e nossos pensamentos e orações estão com as famílias e sobreviventes.”
Reportagem adicional de Alex Akhurst, Bernadette McCague, Marina Costa e Alice Cuddy
REUTERS via BBC
Passava pouco das 18h de quarta-feira (3) quando um bondinho do famoso Elevador da Glória, em Lisboa, derrapou na curva de uma íngreme rua de paralelepípedos, colidiu com um prédio e tombou, segundo testemunhas oculares.
A carruagem “perdeu o controle”, descendo a toda velocidade e tombando de lado, contou Helen Chow, que estava na base da colina, à BBC.
O som parecia o de uma bomba, disse ela, seguido por um “silêncio assustador e completo… Havia fumaça preta como breu. Assim que se dissipou, você podia ver exatamente o que aconteceu”.
As pessoas estavam desesperadas e chorando, com outras correndo para ajudar, descreveu ela.
“Foi horrível”, disse. “Estou abalada.”
A polícia ainda está investigando a causa do acidente, que matou pelo menos 16 pessoas e feriu cerca de 20, algumas em estado grave, perto da Avenida da Liberdade, em Lisboa, na capital portuguesa.
Um brasileiro está entre os feridos, segundo confirmou à BBC News Brasil o cônsul-geral do Brasil em Lisboa, Alessandro Warley Candeas.
Um vídeo verificado pela BBC mostra o bonde amarelo e branco acidentado contra um prédio na curva de uma colina, com outro trem parado no final. Pessoas correm ladeira acima em direção ao local do acidente.
Imagens mostram acidente no Elevador da Glória, ponto turístico de Lisboa
Os dois vagões do bonde de 140 anos, movido a motores elétricos, ficam presos por um cabo que permite que um desça enquanto o outro sobe, passando um pelo outro brevemente ao longo do trajeto de três minutos.
Testemunhas descreveram como o vagão perto da base da colina, que estava começando a subir, bateu de ré um pouco antes do vagão superior descer a ladeira e colidir com o prédio.
Pouco antes do acidente, Chow, que é natural do Canadá e estava visitando Lisboa, disse ter ouvido um grito alto.
Ela viu o vagão inferior recuar alguns metros, ultrapassar a linha branca onde costumava parar e fazer “uma parada brusca” no final dos trilhos.
Chow viu detritos pretos e ouviu pessoas gritando enquanto o maquinista corria para abrir os portões da entrada.
“As pessoas pularam da janela daquele bonde”, disse ela. “Assim que isso aconteceu, vi o bonde do incidente colidir com o prédio ao lado do restaurante Subway.”
Abel Esteves, morador de Lisboa, estava no bonde inferior com quase 40 pessoas quando viu o outro “descer a grande velocidade”.
“Gritei para a minha esposa: ‘Vamos todos morrer aqui’, porque pensei que o bonde estava a descer em nossa direção”, disse ele à BBC.
Outra testemunha correu para ajudar depois de a carruagem inferior ter caído, antes de ver a outra descendo “fora de controle”.
“Só tivemos tempo de escapar, virar as costas e correr”, disse à Sic Notícias. “A carruagem caiu e atingiu o edifício em alta velocidade.”
Teresa d’Avó disse que o bonde “bateu num edifício com uma força brutal e desabou como uma caixa de papelão”, afirmando à Sic que parecia “sem freios”.
A guia turística Marianna Figueiredo estava entre os que correram para o local para tentar resgatar as pessoas.
“Comecei a subir a colina para ajudar as pessoas, mas quando cheguei lá, a única coisa que ouvi foi o silêncio.”
Figueiredo disse que inicialmente pensou que o segundo bonde estava vazio, mas quando o teto foi arrancado, “começou a ver os corpos”.
“Tentamos chamar imediatamente as ambulâncias e os bombeiros para ajudar”, disse ela, acrescentando que a comunidade local, incluindo motoristas e lojistas, prestou socorro.
“Muitas pessoas choravam ao meu redor. Estavam muito assustadas. Eu tentava acalmar as pessoas, perguntando seus nomes e de onde vinham”, disse ela.
Bondinho que descarrilou descia em alta velocidade, diz passageiro
Ela disse que o que viu é “muito difícil de descrever”.
“Foi muito ruim. Uma grande tragédia.”
Alguns turistas disseram à BBC que quase pegaram o bonde no momento do acidente.
Eric Packer, que vive nos EUA e visitava Lisboa durante as férias, disse à BBC que havia conversado com seus amigos sobre pegar o teleférico e tirado fotos às 18h e 18h01, mas decidiu voltar a pé para o hotel.
Eles caminharam cerca de 60 metros e ouviram um forte estrondo “como uma pedra caindo, como se um caminhão basculante tivesse derrubado uma carga de pedras” às 18h02.
Eles se viraram e viram poeira saindo do beco cerca de 45 metros atrás deles e voltaram para ver o que havia acontecido.
A princípio, ele pensou que fosse o trem mais abaixo que caiu, até que se virou e viu o outro trem que estava acima dele, e então percebeu “a magnitude do que havia acontecido”.
A foto que ele tirou mostra o trem amarelo e branco, um emaranhado de metal, na esquina do beco estreito sob a placa de um restaurante Subway, com o outro trem na base da colina abaixo dele.
“As pessoas estavam se aproximando e correndo para tentar ajudar”, disse ele. “Uma tragédia horrível e nossos pensamentos e orações estão com as famílias e sobreviventes.”
Reportagem adicional de Alex Akhurst, Bernadette McCague, Marina Costa e Alice Cuddy