Por que jovens estão desprezando carros e deixando montadoras desesperadas

Entre os que estão em busca de um veículo, a procura é maior por carros mais baratos, o que encaminha boa parte dos jovens para o mercado de usados. A pesquisa revelou que 55% deles querem pagar entre R$ 20 mil a R$ 35 mil; 25% podem pagar valores entre R$ 35 mil e R$ 52 mil; e somente 3% aceitariam pagar mais de R$ 100 mil em um automóvel. É justamente nessa faixa mais enxuta que as montadoras estão interessadas.

Estratégias para fisgar jovens abastados

Não há como negar que, salvo raras exceções, para um jovem de 18 e 22 anos colocar um carro zero-quilômetro na garagem precisa de um apoio da família, portanto, essa possibilidade está disponível para as classes A e B. Apesar de restrito, o público não pode ser ignorado nesse momento de estabilidade em um mercado que vendeu quase o dobro de unidades na década passada. De olho nesse cenário, as marcas estão investindo pesado em versões esportivas, festivais de música e influenciadores.

O maior exemplo é a Volkswagen, que investiu milhões no patrocínio da primeira edição do festival de música The Town, além de lançar uma versão do T-Cross em homenagem ao evento. A marca também já patrocinou ações no Rock in Rio e até mesmo na turnê de comemoração da história da dupla Sandy & Júnior.

Já a aposta da Chevrolet é em duas áreas: automobilismo e música. Para chamar atenção da geração Z, realiza ações em festivais como Lollapalooza e até mesmo no camarote mais concorrido do Carnaval de Salvador. Além disso, participa da Stock Car, categoria que nos últimos anos tem investido em renovação de imagem e público.

A Toyota é outra empresa que buscou o automobilismo para se aproximar dos jovens. A marca que sempre teve um apelo mais conservador, agora, está na Stock Car e lançou versões Gazoo Racing do Corolla, Corolla Cross, SW4 e Hilux. Para coroar a estratégia, o fabricante japonês importou 99 unidades do GR Corolla, um hatch com 304 cv de potência.