Hesitação em responder ofensiva israelense a aliados do Irã permitiu ataque a centrais nucleares do país, afirma cientista político Hussein Kalout em entrevista ao podcast O Assunto deste sábado. O Irã está ‘emparedado’ após os ataques sem precedentes de Israel ao país. Esta é a análise feita por Hussein Kalout em entrevista ao podcast O Assunto, que tem edição extra neste sábado (14).
Kalout, que é conselheiro do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e doutor em política internacional pela Universidade de Lancaster, explica que este “emparedamento” se dá por dois aspectos. Primeiro, a hesitação do regime iraniano em responder aos ataques feitos por Israel contra importantes aliados do país. OUÇA NO EPISÓDIO A PARTIR DO MINUTO 22:53
Desde o ataque do Hamas ao território de Israel, em 7 de outubro de 2023, o governo de Benjamin Netanyahu lançou ofensivas contra aliados do Irã: contra o próprio Hamas, contra o Hezbollah, no Líbano, e contra o regime de Assad na Síria.

“Netanyahu conseguiu avançar muito bem as suas peças, ele enxergou a vulnerabilidade do Irã, porque ele conseguiu desmantelar todo o arco da resistência, todo o arco de apoio ao Irã na região, né? O que dava vantagem comparativa militar ao Irã, ele foi desmanchado”.
Segundo, porque, com o ataque mais recente às instalações nucleares do país, agora o Irã precisa dar uma resposta em “elevada magnitude”.
Para Hussein Kalout, caso opte por não escalar o conflito, o governo iraniano fica enfraquecido internamente. Esse caminho, segundo Kalout, poderia levar a “um levante interno que pode ensejar a derrocada do regime”.
Kalout afirma que o momento é de fragilidade para o regime iraniano. Este foi justamente um dos elementos que fizeram com que Israel optasse por um ataque ao país agora.

By Marsescritor

MARSESCRITOR tem formação em Letras, é também escritor com 10 livros publicados.