Morte de Charlie Kirk: o que se sabe até agora sobre o assassinato do ativista conservador dos EUA
Charlie Kirk, ativista conservador, discursa pouco antes de ser baleado em Utah, em 10 de setembro de 2025
Tess Crowley/The Deseret News vía AP
O ativista conservador Charlie Kirk, de 31 anos, morreu depois que foi baleado na quarta-feira (10), enquanto discursava em um evento na universidade Utah Valley, na cidade de Orem, no estado de Utah, região central dos Estados Unidos.
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O tiro atingiu o pescoço do fundador da organização conservadora Turning Point USA, que foi levado ao hospital por seguranças particulares, mas não resistiu à gravidade do ferimento e morreu.
Quando foi baleado, Kirk estava ao ar livre, discursando para a plateia do evento, sentado sob uma tenda que dizia: “Me prove que estou errado”. Vídeos gravados no momento do crime mostram que o disparo foi feito à distância e que a multidão ficou agitada após perceber o que tinha acontecido.
A polícia local chegou a prender dois suspeitos, que prestaram depoimentos, mas foram soltos por não terem relação com o crime. Agora, a investigação está sendo conduzida em conjunto entre a polícia de Utah e o FBI.
Na quinta-feira (11), o FBI afirmou que o atirador fugiu por uma área residencial ao lado da Universidade Utah Valley. A polícia afirma ter encontrado a arma do crime, um fuzil de alta precisão, em um bosque perto da instituição.
As autoridades também divulgaram um vídeo que mostra o suspeito fugindo após pular de um telhado da universidade. Veja abaixo.
Novo vídeo mostra atirador fugindo após morte de Charlie Kirk
O que se sabe sobre o crime
Segundo as investigações, o disparo que matou Kirk partiu de uma longa distância e de um telhado dentro do campus da universidade. Um vídeo publicado pela agência de notícias Reuters mostra um homem no topo de um telhado correndo após os disparos. Veja acima.
Ainda no dia do crime, duas pessoas foram detidas, mas liberadas pelas autoridades após serem interrogadas. O diretor do FBI, Kash Patel, chegou a dizer que “o responsável” pelo ataque estava preso, mas recuou horas depois, o que causou certa frustração e confusão, segundo jornais americanos.
A polícia de Utah disse que está analisando imagens de câmera de segurança do circuito interno da universidade. Por meio dessas gravações, as autoridades constataram que o atirador utilizava roupas escuras.
Ao longo de quinta-feira, o FBI e a Secretaria de Segurança Pública de Utah divulgaram fotos de um possível suspeito. O homem aparece vestindo roupas pretas, além de um óculos escuros. Ele foi classificado como “pessoa de interesse”.
Polícia divulgou novas imagens do suspeito de ser o atirador que matou Charlie Kirk
Secretaria de Segurança Pública de Utah
Agentes do FBI estão indo de porta em porta para questionar moradores da região da universidade se eles sabem de algo que possa ajudar nas buscas. A agência de investigações americana pediu em suas redes sociais por quaisquer “informações, fotos e vídeos” do assassinato, em busca de pistas.
As autoridades não revelaram mais informações sobre as buscas ao atirador até a última atualização desta reportagem.
O governador de Utah, Spencer Cox, disse estar procurando por qualquer pessoa que possa ter alguma informação que possa ajudar na investigação. Cox prometeu que buscaria responsabilizar o suspeito da forma mais severa que a lei permitisse — a pena de morte é permitida no estado americano.
Segundo especialistas, como o suspeito não foi preso logo após o crime, as buscas se tornaram uma corrida contra o tempo. Quanto mais a captura demora, maior a chance de o atirador se afastar, o que dificulta o trabalho das autoridades.
Vídeo mostra momento que Charlie Kirk foi atingido
Donald Trump lamentou morte do ativista
O presidente Donald Trump lamentou publicamente a morte de Charlie Kirk e exaltou seu trabalho com os jovens conservadores dos EUA. Ele também usou as redes sociais para publicar um pronunciamento, onde culpou a esquerda radical pela violência política no país.
Já na quinta-feira, Trump chamou o atirador que matou Kirk de “animal” e afirmou que “progressos foram feitos” nas investigações sobre o crime.
A proximidade do ativista com Trump começou em 2016, quando a organização Turning Point, criada por ele, apoiou a primeira candidatura do republicano à Casa Branca.
Na época, Kirk passou a atuar como assessor pessoal de Donald Trump Jr., filho do atual presidente, integrando o círculo próximo da família Trump.
Após a vitória republicana nas eleições daquele ano, Kirk se tornou presença constante na residência oficial do presidente e ganhou destaque na mídia, envolvendo-se também em polêmicas. Durante a pandemia, seu perfil no antigo Twitter foi suspenso por divulgar informações falsas sobre a Covid-19.
Além de Trump, o vice-presidente J.D Vance também prestou condolências, mas de forma mais contida. “Conceda-lhe o descanso eterno, Senhor”, disse.
O crime mobilizou também políticos do Partido Democrata. Os ex-presidentes Joe Biden e Barack Obama se pronunciaram.
“Não há lugar em nosso país para esse tipo de violência. Ela precisa acabar agora. Jill e eu estamos rezando pela família e pelos entes queridos de Charlie Kirk”, disse Joe Biden.
“Ainda não sabemos o que motivou a pessoa que atirou e matou Charlie Kirk, mas esse tipo de violência desprezível não tem lugar em nossa democracia”, disse Obama.
Mapa mostra local onde Charlie Kirk foi baleado
Arte g1
Representante da juventude conservadora
Charlie Kirk fundou o grupo estudantil conservador Turning Point USA em 2012 e desde então desempenhou um papel fundamental na mobilização do apoio jovem a Trump em sua última campanha presidencial. Seus eventos em campi universitários por todo o país costumam atrair grandes multidões.
O Turning Point USA é uma organização sem fins lucrativos com presença em mais de 3.500 escolas e universidades em todos os 50 estados americanos.
A presença de Kirk na universidade dividiu opiniões e uma petição online pedindo que os administradores da universidade o impedissem de comparecer recebeu quase 1.000 assinaturas. Porém, na semana passada, a instituição defendeu a ida do ativista citando os direitos da Primeira Emenda e seu “compromisso com a liberdade de expressão, a investigação intelectual e o diálogo construtivo”.
Além do trabalho com jovens, o ativista também escreveu os livros “Campus Battlefield”, “The MAGA Doctrine” e o mais recente, “The College Scam: How America’s Universities Are Bankrupting and Brainwashing Away The Future Of America’s Youth”.
Seu trabalho também estava no programa de rádio transmitido nacionalmente, o The Charlie Kirk Show. Seu podcast é um dos mais populares dos EUA, Além disso, ele tinha um público combinado nas redes sociais que ultrapassa 14 milhões de seguidores.

By Marsescritor

MARSESCRITOR tem formação em Letras, é também escritor com 10 livros publicados.