Netanyahu diz que 2ª fase do acordo de paz de Trump em Gaza está 'muito perto'; etapa prevê desmilitarização do Hamas<div>Netanyahu diz que 2ª fase do acordo de paz de Trump em Gaza está 'muito perto'; etapa prevê desmilitarização do Hamas</div>
Palestinos caminham entre os escombros de prédios destruídos, em meio a um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, em Gaza.
Reuters
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo (7) que prevê passar “muito em breve” para a segunda fase do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, em vigor desde outubro no território palestino.
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👉 O acordo, arquitetado pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prevê três fases que levem, gradualmente, ao fim definitivo da guerra de mais de dois anos no território palestino.
No entanto, o próprio Netanyahu disse, também neste domingo, que implementar a segunda fase será “difícil”. Isso porque o Hamas já afirmou que não pretende entregar as armas, o principal ponto desta etapa do acordo.
“Discutimos como acabar com o poder do Hamas em Gaza (…) Concluímos a primeira fase (…) Depois, prevemos passar muito em breve para a segunda fase, que é mais difícil ou igualmente difícil”, declarou Netanyahu neste domingo durante visita do chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, a Israel.
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Netanyahu lembrou que, de acordo com a primeira fase do acordo de cessar-fogo, o Hamas ainda deve devolver a Israel o último corpo de um refém retido em Gaza, o do israelense Ran Gvili — a etapa inicial previa a devolução da totalidade dos reféns que ainda estavam sob poder do grupo terrorista.
Na semana passada, o Hamas disse estar buscando o corpo em escombros do território palestino.
O premiê israelense não deu data para implementação da segunda fase, mas a etapa poderia entrar em vigor após a devolução do corpo. Entre os pontos previstos, estão:
O desarmamento do Hamas e a desmilitarização de Gaza;
O envio de uma força internacional para o território palestino;
A retirada do Exército israelense da Faixa de Gaza.
Depois disso, a terceira e última etapa, que prevê um governo temporário em Gaza e um fim gradual da guerra, seria implementada.
Alemanha garante apoio
O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, e o primeiro-ministro da Israel, Benjamin Netanyahu, durante entrevista coletiva à imprensa em 7 de dezembro de 2025.
Ariel Schalit/ Reuters
O chanceler alemão reafirmou neste domingo o apoio da Alemanha a Israel durante uma visita ao memorial do Holocausto em Jerusalém.
Merz chegou a Israel no sábado para sua primeira visita diplomática desde sua posse, com o objetivo de consolidar a relação entre os dois países após algumas tensões devido à guerra na Faixa de Gaza e à violência de colonos judeus extremistas na Cisjordânia ocupada.
“A Alemanha deve defender a existência e a segurança de Israel. Isto permanecerá para sempre profundamente inscrito no vínculo que nos une”, declarou o chanceler no memorial Yad Vashem, destacando “a responsabilidade histórica” de seu país no extermínio de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
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Netanyahu diz que não deixará o poder
Também neste domingo, o premiê israelense afirmou que não pretende deixar o governo, em resposta a uma especulação que tem sido criada em seu país após o premiê solicitar o perdão presidencial para absolvê-lo de processos a que responde na Justiça.
Questionado por um repórter se planejava se aposentar da vida política caso recebesse o indulto do presidente israelense, Netanyahu respondeu: “não”. Em seguida, falando a Merz, disse: “os eleitores que vão decidir isso nas urnas”.
No mês passado, Netanyahu solicitou o indulto ao presidente Isaac Herzog — que, em Israel, cumpre a função de chefe de Estado. Os advogados do premiê argumentaram que os frequentes comparecimentos ao tribunal estavam prejudicando sua capacidade de governar e que o indulto seria benéfico para o país.
Em Israel, os indultos geralmente são concedidos somente após a conclusão dos processos judiciais e a condenação do acusado. Não há precedentes para a concessão de indulto durante o julgamento.
Netanyahu negou qualquer irregularidade em resposta às acusações que enfrenta — de suborno, fraude e quebra de confiança, e seus advogados afirmaram que o primeiro-ministro ainda acredita que o processo judicial, se concluído, resultará em sua absolvição completa.
Antes do pedido de Netanyahu, o presidente dos EUA, Donald Trump, escreveu a Herzog, instando o presidente israelense a considerar a possibilidade de conceder um indulto ao primeiro-ministro.
Alguns políticos da oposição israelense argumentaram que qualquer indulto deveria ser condicionado à aposentadoria de Netanyahu da política e à confissão de culpa. Outros afirmaram que o primeiro-ministro deve primeiro convocar eleições nacionais, previstas para outubro de 2026.

By Marsescritor

MARSESCRITOR tem formação em Letras, é também escritor com 10 livros publicados.