Presidente norte-americano impôs uma nova taxa de 30% às importações de produtos mexicanos e do bloco europeu. Medida reacende preocupações sobre os efeitos da guerra comercial. Trump anuncia tarifa de 30% para a União Europeia e México
Líderes de diversos países se pronunciaram neste sábado (12), após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impor uma nova tarifa de 30% à União Europeia e ao México. A taxa está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto.
➡️ México
O Ministério da Economia do México, por sua vez, afirmou que recebeu a carta enviada por Trump e classificou como um “tratamento injusto” a imposição das taxas.
Em um comunicado oficial divulgado em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores, o governo indicou que “o México já está em negociações” para chegar a um acordo sobre “uma alternativa” às tarifas.
“O grupo de trabalho com os EUA buscará alternativa antes de 1º de agosto para proteger empresas e funcionários de ambos os lados da fronteira”, afirmou em nota oficial.
➡️ Comissão Europeia e Conselho Europeu
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o bloco está preparado para tomar as medidas necessárias para proteger seus interesses e que vai “seguir trabalhando para alcançar um acordo até 1º de agosto”.
“Poucas economias no mundo se comparam ao nível de abertura e de respeito às práticas comerciais justas da União Europeia”, acrescentou.
“Tomaremos todas as medidas necessárias para proteger os interesses da UE, incluindo a adoção de contramedidas proporcionais, se for preciso.”
O presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa, afirmou que a UE permanece “firme, unida e pronta para proteger [seus] interesses”.
“Tarifas são impostos. Elas alimentam a inflação, criam incerteza e prejudicam o crescimento econômico. Continuaremos a construir parcerias comerciais fortes em todo o mundo”, disse Costa, que preside as cúpulas europeias como chefe do conselho de líderes nacionais.
➡️França
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que o país desaprova o anúncio das tarifas por parte dos EUA, reiterando que a taxação acontece mesmo após “semanas de intenso envolvimento da Comissão em negociações com os Estados Unidos, com base em uma oferta sólida e de boa fé”.
“Na unidade europeia, cabe mais do que nunca à Comissão afirmar a determinação da União em defender resolutamente os interesses europeus. Isso inclui acelerar a preparação de contramedidas confiáveis, mobilizando todos os instrumentos à sua disposição, incluindo o mecanismo anticoerção, caso nenhum acordo seja alcançado até 1º de agosto”, afirmou o presidente francês.
Macron ainda destacou que a França apoia totalmente a Comissão Europeia nas negociações, que serão intensificadas para chegar a um acordo mutuamente aceitável até 1º de agosto, “de modo que reflita o respeito que parceiros comerciais como a UE e os EUA devem uns aos outros por interesses compartilhados e cadeias de valor integradas”.
➡️ Itália
O gabinete da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que Roma apoia plenamente os esforços da Comissão Europeia.
Ela reiterou que é “fundamental manter o foco nas negociações”, uma vez que a maior polarização pode fazer com que seja mais difícil chegar a um acordo.
➡️ Holanda
Já o primeiro-ministro holandês, Dick Schoof, disse que a tarifa “preocupante” e que não é o caminho a seguir.
“A Comissão Europeia pode contar com todo o nosso apoio. Como União Europeia, devemos permanecer unidos e firmes na busca por um desfecho com os Estados Unidos que seja mutuamente benéfico”, afirmou em rede social.
‘Playground do narcotráfico’: as alegações de Trump para taxar México
Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, em discurso durante cúpula da Otan, em 24 de junho de 2025.
John Thys/AFP
➡️Suécia
O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, disse que a taxação por parte dos EUA vem mesmo após várias semanas de negociações entre o país e a UE, destacando que o governo da Suécia lamenta a decisão do presidente norte-americano e apoia o desejo da Comissão Europeia de continuar negociando uma solução.
“A UE está preparada para responder com contramedidas severas, se necessário. No entanto, todos perdem em um conflito comercial intensificado, e são os consumidores americanos que pagarão o preço mais alto. A Suécia defende o livre comércio e a cooperação internacional”, afirmou em publicação no X.
➡️Irlanda
Já o primeiro-ministro da Irlanda, Simon Harris, disse que a carta é “profundamente lamentável”. “A escalada não ajuda. […] A UE permanece à mesa, unida na busca por uma solução justa”.
➡️ Espanha
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, disse que a abertura econômica e o comércio criam prosperidade, enquanto “tarifas injustificadas a destroem”.
“É por isso que apoiamos e continuaremos a apoiar a Comissão em suas negociações para chegar a um acordo com os EUA antes de 1º de agosto. Unidos, os europeus formam o maior bloco comercial do mundo. Usemos essa força para alcançar um acordo justo”, afirmou.
➡️Alemanha
A ministra da economia da Alemanha, Katherina Reiche, pediu uma solução pragmática para a crescente guerra comercial.
“As tarifas atingiram duramente as empresas exportadoras europeias. Ao mesmo tempo, também teriam um forte impacto na economia e nos consumidores do outro lado do Atlântico”, disse. “Um resultado pragmático para as negociações deve ser alcançado rapidamente.”
Associações, economistas e indústria se posicionam
A BDI da Alemanha, associação da indústria do país, pediu negociações urgentes para resolver a guerra comercial crescente.
“O anúncio do presidente Trump é um sinal de alarme para a indústria em ambos os lados do Atlântico”, afirmou o membro do conselho executivo do BDI, Wolfgang Niedermark, em comunicado.
“O BDI apela ao governo alemão, à Comissão Europeia e à administração dos EUA para que encontrem soluções o mais rápido possível em um diálogo objetivo e evitem uma escalada”, completou.
Já a associação automobilística alemã (VDA) alertou sobre os custos crescentes para montadoras e fornecedores.
“É lamentável que haja uma ameaça de uma nova escalada do conflito comercial”, disse a presidente da associação, Hildegard Mueller.
“Os custos para nossas empresas já estão na casa dos bilhões — e a soma cresce a cada dia”, disse ela, observando que os fornecedores também foram significativamente afetados pelos impostos de importação.
O economista-chefe do Instituto de Assuntos Internacionais e Europeus, Dan O’Brien, disse que uma tarifa de 30% sobre produtos da UE destinados aos EUA teria um “efeito significativo de destruição comercial”.
“A ameaça de responder a qualquer retaliação tarifária da UE com um aumento adicional e equivalente em pontos percentuais na tarifa americana é altamente provocativa. As chances de um conflito econômico mais amplo entre a UE e os EUA aumentaram”, disse.
O Banco Comercial de Hamburgo, por sua vez, afirmou que o anúncio das tarifas é uma má notícia para a UE e significa um grande fardo para a indústria de exportação, “já que os EUA são o destino de exportação mais importante fora da UE”.
“A UE deve adotar uma linha dura nas negociações, porque os cálculos dos modelos mostram que as tarifas contra a UE têm um efeito negativo mais forte nos EUA do que na zona do euro”, disse o economista-chefe da instituição, Cyrus de la Rubia.
“Trump está ignorando o fato de que o impacto econômico, na forma de inflação mais alta, taxas de juros mais altas e crescimento mais lento, provavelmente só será sentido após um certo atraso”, completou.
A Associação de Atacado, Comércio Exterior e Serviços (BGA) da Alemanha afirmou que a Europa não deve se intimidar com as táticas de negociação de Trump, mas sim buscar “sobriamente uma solução na mesa de negociações em termos de igualdade”.
“Aqueles que usam deliberadamente a economia global como um brinquedo para sua própria agenda política acabam prejudicando sua própria economia e sua própria população”, afirmou o presidente da associação, Dirk Jandura.
*Com informações da agência de notícias Reuters
Líderes de diversos países se pronunciaram neste sábado (12), após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impor uma nova tarifa de 30% à União Europeia e ao México. A taxa está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto.
➡️ México
O Ministério da Economia do México, por sua vez, afirmou que recebeu a carta enviada por Trump e classificou como um “tratamento injusto” a imposição das taxas.
Em um comunicado oficial divulgado em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores, o governo indicou que “o México já está em negociações” para chegar a um acordo sobre “uma alternativa” às tarifas.
“O grupo de trabalho com os EUA buscará alternativa antes de 1º de agosto para proteger empresas e funcionários de ambos os lados da fronteira”, afirmou em nota oficial.
➡️ Comissão Europeia e Conselho Europeu
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o bloco está preparado para tomar as medidas necessárias para proteger seus interesses e que vai “seguir trabalhando para alcançar um acordo até 1º de agosto”.
“Poucas economias no mundo se comparam ao nível de abertura e de respeito às práticas comerciais justas da União Europeia”, acrescentou.
“Tomaremos todas as medidas necessárias para proteger os interesses da UE, incluindo a adoção de contramedidas proporcionais, se for preciso.”
O presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa, afirmou que a UE permanece “firme, unida e pronta para proteger [seus] interesses”.
“Tarifas são impostos. Elas alimentam a inflação, criam incerteza e prejudicam o crescimento econômico. Continuaremos a construir parcerias comerciais fortes em todo o mundo”, disse Costa, que preside as cúpulas europeias como chefe do conselho de líderes nacionais.
➡️França
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que o país desaprova o anúncio das tarifas por parte dos EUA, reiterando que a taxação acontece mesmo após “semanas de intenso envolvimento da Comissão em negociações com os Estados Unidos, com base em uma oferta sólida e de boa fé”.
“Na unidade europeia, cabe mais do que nunca à Comissão afirmar a determinação da União em defender resolutamente os interesses europeus. Isso inclui acelerar a preparação de contramedidas confiáveis, mobilizando todos os instrumentos à sua disposição, incluindo o mecanismo anticoerção, caso nenhum acordo seja alcançado até 1º de agosto”, afirmou o presidente francês.
Macron ainda destacou que a França apoia totalmente a Comissão Europeia nas negociações, que serão intensificadas para chegar a um acordo mutuamente aceitável até 1º de agosto, “de modo que reflita o respeito que parceiros comerciais como a UE e os EUA devem uns aos outros por interesses compartilhados e cadeias de valor integradas”.
➡️ Itália
O gabinete da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que Roma apoia plenamente os esforços da Comissão Europeia.
Ela reiterou que é “fundamental manter o foco nas negociações”, uma vez que a maior polarização pode fazer com que seja mais difícil chegar a um acordo.
➡️ Holanda
Já o primeiro-ministro holandês, Dick Schoof, disse que a tarifa “preocupante” e que não é o caminho a seguir.
“A Comissão Europeia pode contar com todo o nosso apoio. Como União Europeia, devemos permanecer unidos e firmes na busca por um desfecho com os Estados Unidos que seja mutuamente benéfico”, afirmou em rede social.
‘Playground do narcotráfico’: as alegações de Trump para taxar México
Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, em discurso durante cúpula da Otan, em 24 de junho de 2025.
John Thys/AFP
➡️Suécia
O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, disse que a taxação por parte dos EUA vem mesmo após várias semanas de negociações entre o país e a UE, destacando que o governo da Suécia lamenta a decisão do presidente norte-americano e apoia o desejo da Comissão Europeia de continuar negociando uma solução.
“A UE está preparada para responder com contramedidas severas, se necessário. No entanto, todos perdem em um conflito comercial intensificado, e são os consumidores americanos que pagarão o preço mais alto. A Suécia defende o livre comércio e a cooperação internacional”, afirmou em publicação no X.
➡️Irlanda
Já o primeiro-ministro da Irlanda, Simon Harris, disse que a carta é “profundamente lamentável”. “A escalada não ajuda. […] A UE permanece à mesa, unida na busca por uma solução justa”.
➡️ Espanha
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, disse que a abertura econômica e o comércio criam prosperidade, enquanto “tarifas injustificadas a destroem”.
“É por isso que apoiamos e continuaremos a apoiar a Comissão em suas negociações para chegar a um acordo com os EUA antes de 1º de agosto. Unidos, os europeus formam o maior bloco comercial do mundo. Usemos essa força para alcançar um acordo justo”, afirmou.
➡️Alemanha
A ministra da economia da Alemanha, Katherina Reiche, pediu uma solução pragmática para a crescente guerra comercial.
“As tarifas atingiram duramente as empresas exportadoras europeias. Ao mesmo tempo, também teriam um forte impacto na economia e nos consumidores do outro lado do Atlântico”, disse. “Um resultado pragmático para as negociações deve ser alcançado rapidamente.”
Associações, economistas e indústria se posicionam
A BDI da Alemanha, associação da indústria do país, pediu negociações urgentes para resolver a guerra comercial crescente.
“O anúncio do presidente Trump é um sinal de alarme para a indústria em ambos os lados do Atlântico”, afirmou o membro do conselho executivo do BDI, Wolfgang Niedermark, em comunicado.
“O BDI apela ao governo alemão, à Comissão Europeia e à administração dos EUA para que encontrem soluções o mais rápido possível em um diálogo objetivo e evitem uma escalada”, completou.
Já a associação automobilística alemã (VDA) alertou sobre os custos crescentes para montadoras e fornecedores.
“É lamentável que haja uma ameaça de uma nova escalada do conflito comercial”, disse a presidente da associação, Hildegard Mueller.
“Os custos para nossas empresas já estão na casa dos bilhões — e a soma cresce a cada dia”, disse ela, observando que os fornecedores também foram significativamente afetados pelos impostos de importação.
O economista-chefe do Instituto de Assuntos Internacionais e Europeus, Dan O’Brien, disse que uma tarifa de 30% sobre produtos da UE destinados aos EUA teria um “efeito significativo de destruição comercial”.
“A ameaça de responder a qualquer retaliação tarifária da UE com um aumento adicional e equivalente em pontos percentuais na tarifa americana é altamente provocativa. As chances de um conflito econômico mais amplo entre a UE e os EUA aumentaram”, disse.
O Banco Comercial de Hamburgo, por sua vez, afirmou que o anúncio das tarifas é uma má notícia para a UE e significa um grande fardo para a indústria de exportação, “já que os EUA são o destino de exportação mais importante fora da UE”.
“A UE deve adotar uma linha dura nas negociações, porque os cálculos dos modelos mostram que as tarifas contra a UE têm um efeito negativo mais forte nos EUA do que na zona do euro”, disse o economista-chefe da instituição, Cyrus de la Rubia.
“Trump está ignorando o fato de que o impacto econômico, na forma de inflação mais alta, taxas de juros mais altas e crescimento mais lento, provavelmente só será sentido após um certo atraso”, completou.
A Associação de Atacado, Comércio Exterior e Serviços (BGA) da Alemanha afirmou que a Europa não deve se intimidar com as táticas de negociação de Trump, mas sim buscar “sobriamente uma solução na mesa de negociações em termos de igualdade”.
“Aqueles que usam deliberadamente a economia global como um brinquedo para sua própria agenda política acabam prejudicando sua própria economia e sua própria população”, afirmou o presidente da associação, Dirk Jandura.
*Com informações da agência de notícias Reuters