O Reino Unido anunciou neste sábado (15) que vai endurecer sua política de asilo, inspirando-se na abordagem da Dinamarca — uma das mais rigorosas da Europa e amplamente criticada por organizações de direitos humanos.
O governo trabalhista tem endurecido suas políticas de imigração, principalmente em relação às travessias ilegais em pequenas embarcações vindas da França. As medidas surgem como uma tentativa de conter a crescente popularidade do partido populista Reform UK.
Como parte das mudanças, a obrigação legal de fornecer apoio a certos requerentes de asilo — incluindo moradia e auxílios semanais — será revogada, informou o Ministério do Interior britânico em nota.
O Ministério informou que as medidas se aplicarão a requerentes de asilo que têm permissão de trabalhar, mas optam por não o fazer, bem como àqueles que infringem a lei. Ainda em nota, a pasta informou que o apoio financiado pelos contribuintes será priorizado para quem contribui com a economia e as comunidades locais.
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A expectativa é que o governo forneça mais detalhes na segunda-feira (17). Segundo o Ministério do Interior, as medidas visam tornar a Grã-Bretanha menos atraente para imigrantes ilegais e facilitar sua deportação.
“Este país tem uma longa tradição de acolher aqueles que fogem do perigo, mas a nossa generosidade está atraindo migrantes ilegais para o outro lado do Canal da Mancha”, disse Shabana Mahmood, que lidera o Ministério britânico. “O ritmo e a escalada da migração exercem uma imensa pressão sobre as comunidades”.
Mais de 100 instituições de caridade britânicas escreveram para o governo, instando-o a “acabar com a demonização dos migrantes e com as políticas meramente simbólicas que só causam danos”. As organizações afirmam que tais medidas alimentam o racismo e a violência.
Pesquisas indicam que a imigração ultrapassou a economia como a principal preocupação dos eleitores. Cerca de 109.343 pessoas solicitaram asilo no Reino Unido no ano encerrado em março de 2025 — um aumento de 17% em relação ao ano anterior e 6% acima do pico de 103.081, registrado em 2002.
Inspiração na Dinamarca e outros países europeus
O Ministério do Interior do Reino Unido afirmou, ainda, que suas reformas serão inspiradas não apenas pela Dinamarca, mas também em outros países europeus, onde o status de refugiado é temporário, o apoio é condicional e a integração é uma exigência.
“O Reino Unido agora irá igualar e, em algumas áreas, superar esses padrões”, afirmou a pasta.
No início deste ano, uma delegação de altos funcionários do Ministério do Interior visitou Copenhague para estudar o modelo dinamarquês de asilo. Nesse sistema, os migrantes recebem apenas autorizações de residência temporárias, geralmente por dois anos, e devem renová-las quando expirarem.
Caso o governo social-democrata dinamarquês considere seguro o país de origem dos requerentes, eles podem ser repatriados. O processo para obter a cidadania também foi ampliado e dificultado, com regras mais rigorosas para o reagrupamento familiar.
Entre outras medidas, a legislação de 2016 permite que as autoridades dinamarquesas confisquem bens de requerentes de asilo para compensar os custos do apoio oferecido.
Atualmente, o Reino Unido concede asilo àqueles que comprovam que não estão seguros em seu país de origem, e o status de refugiado é concedido àqueles considerados em risco de perseguição. Essa condição tem duração de cinco anos, período após o qual os beneficiários podem solicitar residência permanente, caso atendam a determinados critérios.
A Dinamarca é conhecida há mais de uma década por suas rígidas políticas migratórias, que, segundo o governo britânico, reduziram os pedidos de asilo ao menor nível em 40 anos e resultaram na deportação de 95% dos solicitantes rejeitados.
Bandeira do Reino Unido
Pexels/Erik Mclean
Grupos de defesa dos direitos humanos criticam política dinamarquesa
O Conselho Britânico para Refugiados afirmou na rede social X que os refugiados não comparam os sistemas de asilo enquanto fogem do perigo. Segundo a organização, elas vão para o Reino Unido devido a laços familiares, algum conhecimento de inglês ou conexões pré-existentes que os ajudam a recomeçar em segurança.
O sentimento anti-imigração tem crescido no Reino Unido, com protestos ocorrendo neste verão em frente a hotéis que abrigam solicitantes de asilo com recursos públicos.
Esse sentimento também se espalhou pela União Europeia (UE) desde a crise de 2015 e 2016, quando mais de um milhão de pessoas – em sua maioria refugiados sírios – chegaram pelo Mediterrâneo, sobrecarregando a infraestrutura de alguns países.
Incapazes de chegar a um acordo sobre o compartilhamento da responsabilidade, os Estados-membros da UE têm se concentrado na repatriação e na redução de novas chegadas.
As reformas da Dinamarca, implementadas mesmo com o país sendo signatário da Convenção Europeia dos Direitos Humanos, atraíram críticas significativas. Organizações de direitos humanos afirmam que as medidas criam um clima hostil para os migrantes, enfraquecem a proteção e deixam os requerentes de asilo em uma situação prolongada de incerteza.
O governo trabalhista tem endurecido suas políticas de imigração, principalmente em relação às travessias ilegais em pequenas embarcações vindas da França. As medidas surgem como uma tentativa de conter a crescente popularidade do partido populista Reform UK.
Como parte das mudanças, a obrigação legal de fornecer apoio a certos requerentes de asilo — incluindo moradia e auxílios semanais — será revogada, informou o Ministério do Interior britânico em nota.
O Ministério informou que as medidas se aplicarão a requerentes de asilo que têm permissão de trabalhar, mas optam por não o fazer, bem como àqueles que infringem a lei. Ainda em nota, a pasta informou que o apoio financiado pelos contribuintes será priorizado para quem contribui com a economia e as comunidades locais.
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A expectativa é que o governo forneça mais detalhes na segunda-feira (17). Segundo o Ministério do Interior, as medidas visam tornar a Grã-Bretanha menos atraente para imigrantes ilegais e facilitar sua deportação.
“Este país tem uma longa tradição de acolher aqueles que fogem do perigo, mas a nossa generosidade está atraindo migrantes ilegais para o outro lado do Canal da Mancha”, disse Shabana Mahmood, que lidera o Ministério britânico. “O ritmo e a escalada da migração exercem uma imensa pressão sobre as comunidades”.
Mais de 100 instituições de caridade britânicas escreveram para o governo, instando-o a “acabar com a demonização dos migrantes e com as políticas meramente simbólicas que só causam danos”. As organizações afirmam que tais medidas alimentam o racismo e a violência.
Pesquisas indicam que a imigração ultrapassou a economia como a principal preocupação dos eleitores. Cerca de 109.343 pessoas solicitaram asilo no Reino Unido no ano encerrado em março de 2025 — um aumento de 17% em relação ao ano anterior e 6% acima do pico de 103.081, registrado em 2002.
Inspiração na Dinamarca e outros países europeus
O Ministério do Interior do Reino Unido afirmou, ainda, que suas reformas serão inspiradas não apenas pela Dinamarca, mas também em outros países europeus, onde o status de refugiado é temporário, o apoio é condicional e a integração é uma exigência.
“O Reino Unido agora irá igualar e, em algumas áreas, superar esses padrões”, afirmou a pasta.
No início deste ano, uma delegação de altos funcionários do Ministério do Interior visitou Copenhague para estudar o modelo dinamarquês de asilo. Nesse sistema, os migrantes recebem apenas autorizações de residência temporárias, geralmente por dois anos, e devem renová-las quando expirarem.
Caso o governo social-democrata dinamarquês considere seguro o país de origem dos requerentes, eles podem ser repatriados. O processo para obter a cidadania também foi ampliado e dificultado, com regras mais rigorosas para o reagrupamento familiar.
Entre outras medidas, a legislação de 2016 permite que as autoridades dinamarquesas confisquem bens de requerentes de asilo para compensar os custos do apoio oferecido.
Atualmente, o Reino Unido concede asilo àqueles que comprovam que não estão seguros em seu país de origem, e o status de refugiado é concedido àqueles considerados em risco de perseguição. Essa condição tem duração de cinco anos, período após o qual os beneficiários podem solicitar residência permanente, caso atendam a determinados critérios.
A Dinamarca é conhecida há mais de uma década por suas rígidas políticas migratórias, que, segundo o governo britânico, reduziram os pedidos de asilo ao menor nível em 40 anos e resultaram na deportação de 95% dos solicitantes rejeitados.
Bandeira do Reino Unido
Pexels/Erik Mclean
Grupos de defesa dos direitos humanos criticam política dinamarquesa
O Conselho Britânico para Refugiados afirmou na rede social X que os refugiados não comparam os sistemas de asilo enquanto fogem do perigo. Segundo a organização, elas vão para o Reino Unido devido a laços familiares, algum conhecimento de inglês ou conexões pré-existentes que os ajudam a recomeçar em segurança.
O sentimento anti-imigração tem crescido no Reino Unido, com protestos ocorrendo neste verão em frente a hotéis que abrigam solicitantes de asilo com recursos públicos.
Esse sentimento também se espalhou pela União Europeia (UE) desde a crise de 2015 e 2016, quando mais de um milhão de pessoas – em sua maioria refugiados sírios – chegaram pelo Mediterrâneo, sobrecarregando a infraestrutura de alguns países.
Incapazes de chegar a um acordo sobre o compartilhamento da responsabilidade, os Estados-membros da UE têm se concentrado na repatriação e na redução de novas chegadas.
As reformas da Dinamarca, implementadas mesmo com o país sendo signatário da Convenção Europeia dos Direitos Humanos, atraíram críticas significativas. Organizações de direitos humanos afirmam que as medidas criam um clima hostil para os migrantes, enfraquecem a proteção e deixam os requerentes de asilo em uma situação prolongada de incerteza.
