Casa Branca alegou que Comey ‘não estaria apto a liderar efetivamente o FBI’
Reuters/Jonathan Ernst/Kevin Lamarque
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou nesta sexta-feira (26) o ex-diretor do FBI James Comey, acusado de falso testemunho e obstrução pelo governo Trump, e disse que outros desafetos políticos serão processados no futuro, porém sem especificar quem.
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“Quer você goste do corrupto James Comey ou não (…) ELE MENTIU! Não foi uma mentira complexa, foi uma mentira muito simples, porém IMPORTANTE. Não há como ele se explicar. Ele é um policial corrupto, e sempre foi. James “Policial Corrupto” Comey foi um destruidor de vidas. Ele sabia exatamente o que estava dizendo, e que era uma mentira muito séria e de grande magnitude, pela qual um preço muito alto deve ser pago!”, afirmou Trump em sua rede social Truth Social.
Desafeto de Trump, Comey foi formalmente acusado pelo Departamento de Justiça americano na quinta-feira de falso testemunho e obstrução. Se for condenado, ele pode pegar até cinco anos de prisão. Segundo a imprensa dos EUA, ele deve se apresentar às autoridades nesta sexta-feira.
A acusação judicial do ex-diretor do FBI é vista nos EUA como mais um movimento do presidente Trump para retaliar pessoas que o investigaram ou criticaram nos últimos anos —algo que ele prometeu que faria quando reassumiu a Casa Branca, em janeiro. O republicano deu novos sinais de que seu plano está começando a ser posto em prática.
“Eles são corruptos, esses esquerdistas radicais democratas —na verdade, Comey é pior que um democrata. Haverá outros [processados]. Essa é a minha opinião. Eles politizaram o Departamento de Justiça como ninguém antes na História, o que eles fizeram foi horrível. Então, eu espero que haja outros porque não podemos deixar isso acontecer com o país”, afirmou Trump a repórteres na saída da Casa Branca.
Governo Trump indicia ex-chefe do FBI James Comey, crítico do presidente
Em um vídeo postado no Instagram, Comey disse que é inocente e que tem fé no sistema judicial dos EUA. “Estou com o coração partido pelo Departamento de Justiça, mas tenho grande confiança no sistema judiciário federal e sou inocente, então vamos ter um julgamento e manter a fé”, disse o ex-chefe do FBI.
Trump e Comey mantêm um relacionamento conturbado desde o início do primeiro mandato do republicano, que foi entre 2017 e 2020. Ainda em 2017, Trump o demitiu do cargo de diretor do FBI dias depois dele confirmar publicamente que o presidente estava sob investigação devido às conexões de sua campanha eleitoral com a Rússia.
Comey, que servia como chefe do FBI desde 2013 no governo Obama, tornou-se então um crítico notório de Trump, afirmando que ele era “moralmente inapto” para o cargo de presidente dos EUA.
Atualidade
Janeiro/2017 – O presidente Donald Trump cumprimenta o diretor do FBI James Comey enquanto o diretor do serviço secreto Joseph Clancy (à esquerda) os observa durante a recepção inaugural de policiais e primeiros respondentes na Sala Azul da Casa Branca, em Washington, nos EUA, em janeiro 22 de 2017
Joshua Roberts/Reuters/Arquivo
Desde que Trump retornou à Casa Branca, o Departamento de Justiça dos EUA vem examinando o depoimento de Comey em 2020 perante o Comitê Judiciário do Senado, quando ele abordou as críticas republicanas à investigação da Rússia e negou ter autorizado a divulgação de informações confidenciais à mídia.
A acusação formal do grande júri nesta quinta-feira veio após Trump pressionar a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, por não agir rápido o suficiente para apresentar acusações criminais contra Comey e outros grandes críticos do presidente.
Depois que a imprensa noticiou o indiciamento de James Comey, Bondi não mencionou o nome do ex-diretor do FBI, mas escreveu em uma rede social que “ninguém está acima da lei”.
“A acusação de hoje reflete o compromisso deste Departamento de Justiça em responsabilizar aqueles que abusam de posições de poder por enganar o povo americano. Acompanharemos os fatos desse caso.”
Tensões no Departamento de Justiça
O ex-diretor do FBI James Comey chega para dar um depoimento privado ao Congresso americano, em Washington (EUA).
Joshua Roberts / Reuters
O esforço para investigar James Comey vinha sendo encarado com ceticismo no Distrito Leste da Virgínia, a promotoria federal responsável pelo caso.
O principal procurador federal do distrito, Erik Siebert, renunciou na semana passada após enfrentar a ira de Trump por ter manifestado dúvidas sobre a solidez do caso, e a segunda na hierarquia, Mary “Maggie” Cleary, também expressou preocupações, segundo pessoas familiarizadas com a situação.
Alguns outros promotores do escritório disseram ao sucessor de Siebert, Lindsey Halligan, que as acusações não deveriam ser apresentadas por falta de provas, de acordo com a Reuters.
Halligan atuava recentemente como assessora da Casa Branca e, antes disso, foi uma das advogadas de defesa pessoal de Trump.
A demissão de James Comey por Trump, em 2017, ocorreu depois de o então diretor do FBI confirmar publicamente que o presidente estava sob investigação por causa das ligações da campanha eleitoral com a Rússia.
Com a saída de Comey, foi nomeado outro ex-diretor do FBI, Robert Mueller, como procurador especial para conduzir a apuração sobre o caso. A investigação identificou diversos contatos entre a campanha e autoridades russas, mas concluiu que não havia provas suficientes para caracterizar uma associação criminosa.
Trump atacou repetidamente a investigação, chamando-a de “caça às bruxas”, e seu segundo governo buscou desacreditar as conclusões das agências de inteligência e de segurança dos EUA sobre a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016, nas quais Trump derrotou a democrata Hillary Clinton.
Um órgão de fiscalização interno do Departamento de Justiça encontrou evidências de diversos erros, mas não de viés político, na abertura da investigação pelo FBI. Republicanos sustentam há tempos que a apuração tinha como objetivo enfraquecer o primeiro governo de Trump.
Em um relatório de 2019, esse órgão de fiscalização criticou Comey por ter pedido a um amigo que entregasse ao New York Times memorandos detalhando suas interações privadas com Trump. O Departamento de Justiça, no entanto, decidiu não apresentar acusações criminais contra Comey durante o primeiro mandato de Trump.
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Reuters/Jonathan Ernst/Kevin Lamarque
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“Quer você goste do corrupto James Comey ou não (…) ELE MENTIU! Não foi uma mentira complexa, foi uma mentira muito simples, porém IMPORTANTE. Não há como ele se explicar. Ele é um policial corrupto, e sempre foi. James “Policial Corrupto” Comey foi um destruidor de vidas. Ele sabia exatamente o que estava dizendo, e que era uma mentira muito séria e de grande magnitude, pela qual um preço muito alto deve ser pago!”, afirmou Trump em sua rede social Truth Social.
Desafeto de Trump, Comey foi formalmente acusado pelo Departamento de Justiça americano na quinta-feira de falso testemunho e obstrução. Se for condenado, ele pode pegar até cinco anos de prisão. Segundo a imprensa dos EUA, ele deve se apresentar às autoridades nesta sexta-feira.
A acusação judicial do ex-diretor do FBI é vista nos EUA como mais um movimento do presidente Trump para retaliar pessoas que o investigaram ou criticaram nos últimos anos —algo que ele prometeu que faria quando reassumiu a Casa Branca, em janeiro. O republicano deu novos sinais de que seu plano está começando a ser posto em prática.
“Eles são corruptos, esses esquerdistas radicais democratas —na verdade, Comey é pior que um democrata. Haverá outros [processados]. Essa é a minha opinião. Eles politizaram o Departamento de Justiça como ninguém antes na História, o que eles fizeram foi horrível. Então, eu espero que haja outros porque não podemos deixar isso acontecer com o país”, afirmou Trump a repórteres na saída da Casa Branca.
Governo Trump indicia ex-chefe do FBI James Comey, crítico do presidente
Em um vídeo postado no Instagram, Comey disse que é inocente e que tem fé no sistema judicial dos EUA. “Estou com o coração partido pelo Departamento de Justiça, mas tenho grande confiança no sistema judiciário federal e sou inocente, então vamos ter um julgamento e manter a fé”, disse o ex-chefe do FBI.
Trump e Comey mantêm um relacionamento conturbado desde o início do primeiro mandato do republicano, que foi entre 2017 e 2020. Ainda em 2017, Trump o demitiu do cargo de diretor do FBI dias depois dele confirmar publicamente que o presidente estava sob investigação devido às conexões de sua campanha eleitoral com a Rússia.
Comey, que servia como chefe do FBI desde 2013 no governo Obama, tornou-se então um crítico notório de Trump, afirmando que ele era “moralmente inapto” para o cargo de presidente dos EUA.
Atualidade
Janeiro/2017 – O presidente Donald Trump cumprimenta o diretor do FBI James Comey enquanto o diretor do serviço secreto Joseph Clancy (à esquerda) os observa durante a recepção inaugural de policiais e primeiros respondentes na Sala Azul da Casa Branca, em Washington, nos EUA, em janeiro 22 de 2017
Joshua Roberts/Reuters/Arquivo
Desde que Trump retornou à Casa Branca, o Departamento de Justiça dos EUA vem examinando o depoimento de Comey em 2020 perante o Comitê Judiciário do Senado, quando ele abordou as críticas republicanas à investigação da Rússia e negou ter autorizado a divulgação de informações confidenciais à mídia.
A acusação formal do grande júri nesta quinta-feira veio após Trump pressionar a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, por não agir rápido o suficiente para apresentar acusações criminais contra Comey e outros grandes críticos do presidente.
Depois que a imprensa noticiou o indiciamento de James Comey, Bondi não mencionou o nome do ex-diretor do FBI, mas escreveu em uma rede social que “ninguém está acima da lei”.
“A acusação de hoje reflete o compromisso deste Departamento de Justiça em responsabilizar aqueles que abusam de posições de poder por enganar o povo americano. Acompanharemos os fatos desse caso.”
Tensões no Departamento de Justiça
O ex-diretor do FBI James Comey chega para dar um depoimento privado ao Congresso americano, em Washington (EUA).
Joshua Roberts / Reuters
O esforço para investigar James Comey vinha sendo encarado com ceticismo no Distrito Leste da Virgínia, a promotoria federal responsável pelo caso.
O principal procurador federal do distrito, Erik Siebert, renunciou na semana passada após enfrentar a ira de Trump por ter manifestado dúvidas sobre a solidez do caso, e a segunda na hierarquia, Mary “Maggie” Cleary, também expressou preocupações, segundo pessoas familiarizadas com a situação.
Alguns outros promotores do escritório disseram ao sucessor de Siebert, Lindsey Halligan, que as acusações não deveriam ser apresentadas por falta de provas, de acordo com a Reuters.
Halligan atuava recentemente como assessora da Casa Branca e, antes disso, foi uma das advogadas de defesa pessoal de Trump.
A demissão de James Comey por Trump, em 2017, ocorreu depois de o então diretor do FBI confirmar publicamente que o presidente estava sob investigação por causa das ligações da campanha eleitoral com a Rússia.
Com a saída de Comey, foi nomeado outro ex-diretor do FBI, Robert Mueller, como procurador especial para conduzir a apuração sobre o caso. A investigação identificou diversos contatos entre a campanha e autoridades russas, mas concluiu que não havia provas suficientes para caracterizar uma associação criminosa.
Trump atacou repetidamente a investigação, chamando-a de “caça às bruxas”, e seu segundo governo buscou desacreditar as conclusões das agências de inteligência e de segurança dos EUA sobre a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016, nas quais Trump derrotou a democrata Hillary Clinton.
Um órgão de fiscalização interno do Departamento de Justiça encontrou evidências de diversos erros, mas não de viés político, na abertura da investigação pelo FBI. Republicanos sustentam há tempos que a apuração tinha como objetivo enfraquecer o primeiro governo de Trump.
Em um relatório de 2019, esse órgão de fiscalização criticou Comey por ter pedido a um amigo que entregasse ao New York Times memorandos detalhando suas interações privadas com Trump. O Departamento de Justiça, no entanto, decidiu não apresentar acusações criminais contra Comey durante o primeiro mandato de Trump.
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