Trump critica Putin por ataques a áreas civis da Ucrânia: 'Talvez ele não queira parar a guerra'
Em sua rede social, Donald Trump diz que não havia motivo para o presidente da Rússia atacar áreas civis da Ucrânia. Declaração foi feita horas após encontro com o presidente ucraniano. Trump e Zelensky se reúnem durante velório do papa Francisco
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou o presidente russo Vladimir Putin por ataques a áreas civis da Ucrânia.
A declaração foi feita neste sábado (26), após o encontro do americano com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, no Vaticano. A ida ao funeral do papa Francisco foi a primeira viagem oficial de Trump ao exterior em seu segundo mandato.
“Não havia motivo para Putin disparar mísseis contra áreas civis, cidades e vilas nos últimos dias”, escreveu Trump em sua rede social.
“Isso me faz pensar que talvez ele não queira parar a guerra, que esteja apenas me enrolando e que precise ser tratado de maneira diferente, por meio de bancos ou sanções secundárias. Muita gente está morrendo”, concluiu.
Na última quinta-feira (24), um ataque russo com mísseis e drones atingiu ao menos quatro bairros de Kiev, capital da Ucrânia. Segundo autoridades locais, 12 pessoas morreram, mais de 60 ficaram feridas e incêndios foram registrados em vários edifícios residenciais.
Trump também responsabilizou seus dois antecessores, Barack Obama e Joe Biden, pela guerra entre Ucrânia e Rússia. E disse que está apenas “tentando limpar a bagunça” que eles deixaram.
SANDRA COHEN: a reunião poderosa e simbólica de Trump e Zelensky
Documentos mostram impasse em negociações para fim da guerra; veja propostas
Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, encontra-se com o presidente dos EUA, Donald Trump, no funeral do Papa Francisco na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
SERVIÇO DE IMPRENSA PRESIDENCIAL DA UCRANIA / AFP
Na publicação, o presidente americano não comentou sobre o encontro com Zelensky na Basílica de São Pedro, o primeiro desde a troca de farpas na Casa Branca em fevereiro. O presidente da Ucrânia disse que a reunião foi “muito simbólica”.
“Boa reunião. Conversamos bastante pessoalmente. Espero que possamos chegar a um acordo em todos os pontos discutidos”, escreveu Zelensky nas redes sociais após o encontro, que ocorreu antes do funeral do papa Francisco no Vaticano.
O líder acrescentou que quer “um cessar-fogo total e incondicional” e que a reunião “pode se tornar histórica se alcançarmos resultados comuns”.
Putin fala em acordo
Putin afirmou ao enviado americano em Moscou, Steve Witkoff, que está disposto a negociar o fim do conflito na Ucrânia “sem pré-condições”, indicou o porta-voz do Kremlin neste sábado.
“Vladimir Putin reafirmou que a parte russa estava disposta a retomar o processo de negociação com a Ucrânia sem pré-condições”, declarou Dmitri Peskov, citado pelas agências de notícias russas.
Também neste sábado, o chefe do Estado-Maior do Exército russo, Valery Gerasimov, disse que seus soldados recuperaram o controle da região russa de Kursk, que era parcialmente controlada por tropas ucranianas desde agosto de 2024.
“A aventura do regime de Kiev fracassou completamente”, afirmou Putin, em uma sequência divulgada pela televisão estatal russa.
Soldado russo caminhando em Malaya Loknya, Kursk — área onde ações recentes de Moscou têm animado Putin.
Ministério da Defesa da Rússia via Reuters