Donald Trump cumprimenta Javier Milei durante encontro na 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.
Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai se encontrar daqui a duas semanas com o presidente argentino, Javier Milei, anunciou nesta terça-feira (30) o Ministério das Relações Exteriores da Argentina.
A reunião ocorre enquanto Milei busca assegurar um apoio bilionário dos EUA. A medida gerou críticas de alguns republicanos, depois que a Argentina vendeu bilhões de dólares em soja para a China, principal rival comercial de Trump.
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Os líderes se encontrarão na Casa Branca em 14 de outubro, na mesma semana em que o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) se reúnem em Washington.
O Ministério das Relações Exteriores da Argentina chamou o encontro de “nova oportunidade para continuar fortalecendo a parceria estratégica entre os dois países”.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, anunciou na semana passada negociações para uma linha de swap de US$ 20 bilhões com o banco central argentino, que daria à Argentina acesso a dólares tão necessários.
🔎 O swap cambial funciona como uma troca temporária de moedas entre países, usada para reforçar as reservas internacionais e dar mais estabilidade à economia local. Na prática, é uma forma de obter liquidez em moeda estrangeira sem recorrer diretamente a empréstimos tradicionais.
Os preços dos títulos em dólar da Argentina e o peso subiram na semana passada, após o anúncio de Bessent, mas recuaram desde então — em parte devido à falta de detalhes sobre o apoio prometido pelos EUA. Na terça-feira, os títulos se mantiveram estáveis ou caíram 2 centavos cada, enquanto o peso perdeu 1,5% de seu valor.
A política de austeridade radical de Milei, de perfil libertário, ajudou a enfrentar décadas de problemas de solvência. No entanto, preocupações com falta de liquidez persistem, e analistas alertam que as eleições de meio de mandato em outubro podem colocar seus avanços em risco.
O apoio dos EUA parece ter provocado reação negativa no círculo próximo a Trump. Na semana passada, a Associated Press registrou uma imagem de Bessent lendo uma mensagem de texto, aparentemente enviada pela secretária de Agricultura, Brooke Rollins, que descrevia o acordo como “infeliz”.
“Resgatamos a Argentina. E, em troca, os argentinos removeram as tarifas de exportação de grãos, baixando os preços, e venderam um grande volume de soja para a China, justamente quando normalmente estaríamos vendendo para lá”, disse a mensagem de um contato identificado como “BR”.
Bessent e Rollins não comentaram publicamente sobre a troca de mensagens, e seus escritórios não responderam imediatamente a um pedido de comentário da Reuters.
Em nova tentativa de garantir moeda estrangeira e acalmar o mercado antes das eleições de meio de mandato, o governo argentino suspendeu temporariamente os impostos de exportação sobre grãos na semana passada. Em apenas alguns dias, os comerciantes registraram US$ 7 bilhões em vendas.
Segundo comerciantes, a maior parte dessas cargas, especialmente de soja, seguirá para a China.
Os acordos representam um golpe para os agricultores dos EUA, que perdem bilhões de dólares em vendas no auge de sua principal temporada. Enquanto negociações comerciais não resolvidas entre Washington e Pequim travam as exportações, fornecedores sul-americanos entram para suprir a demanda.
Javier Milei perde legislativas em Buenos Aires e mercado reage
Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai se encontrar daqui a duas semanas com o presidente argentino, Javier Milei, anunciou nesta terça-feira (30) o Ministério das Relações Exteriores da Argentina.
A reunião ocorre enquanto Milei busca assegurar um apoio bilionário dos EUA. A medida gerou críticas de alguns republicanos, depois que a Argentina vendeu bilhões de dólares em soja para a China, principal rival comercial de Trump.
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Os líderes se encontrarão na Casa Branca em 14 de outubro, na mesma semana em que o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) se reúnem em Washington.
O Ministério das Relações Exteriores da Argentina chamou o encontro de “nova oportunidade para continuar fortalecendo a parceria estratégica entre os dois países”.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, anunciou na semana passada negociações para uma linha de swap de US$ 20 bilhões com o banco central argentino, que daria à Argentina acesso a dólares tão necessários.
🔎 O swap cambial funciona como uma troca temporária de moedas entre países, usada para reforçar as reservas internacionais e dar mais estabilidade à economia local. Na prática, é uma forma de obter liquidez em moeda estrangeira sem recorrer diretamente a empréstimos tradicionais.
Os preços dos títulos em dólar da Argentina e o peso subiram na semana passada, após o anúncio de Bessent, mas recuaram desde então — em parte devido à falta de detalhes sobre o apoio prometido pelos EUA. Na terça-feira, os títulos se mantiveram estáveis ou caíram 2 centavos cada, enquanto o peso perdeu 1,5% de seu valor.
A política de austeridade radical de Milei, de perfil libertário, ajudou a enfrentar décadas de problemas de solvência. No entanto, preocupações com falta de liquidez persistem, e analistas alertam que as eleições de meio de mandato em outubro podem colocar seus avanços em risco.
O apoio dos EUA parece ter provocado reação negativa no círculo próximo a Trump. Na semana passada, a Associated Press registrou uma imagem de Bessent lendo uma mensagem de texto, aparentemente enviada pela secretária de Agricultura, Brooke Rollins, que descrevia o acordo como “infeliz”.
“Resgatamos a Argentina. E, em troca, os argentinos removeram as tarifas de exportação de grãos, baixando os preços, e venderam um grande volume de soja para a China, justamente quando normalmente estaríamos vendendo para lá”, disse a mensagem de um contato identificado como “BR”.
Bessent e Rollins não comentaram publicamente sobre a troca de mensagens, e seus escritórios não responderam imediatamente a um pedido de comentário da Reuters.
Em nova tentativa de garantir moeda estrangeira e acalmar o mercado antes das eleições de meio de mandato, o governo argentino suspendeu temporariamente os impostos de exportação sobre grãos na semana passada. Em apenas alguns dias, os comerciantes registraram US$ 7 bilhões em vendas.
Segundo comerciantes, a maior parte dessas cargas, especialmente de soja, seguirá para a China.
Os acordos representam um golpe para os agricultores dos EUA, que perdem bilhões de dólares em vendas no auge de sua principal temporada. Enquanto negociações comerciais não resolvidas entre Washington e Pequim travam as exportações, fornecedores sul-americanos entram para suprir a demanda.
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