VÍDEO mostra EUA atacando barco no Caribe
O ministro de Comunicações da Venezuela, Freddy Ñáñez, acusou os Estados Unidos de usarem inteligência artificial em um vídeo que mostra o ataque a uma embarcação no Caribe nesta terça-feira (2). Segundo o governo norte-americano, o barco transportava drogas e 11 pessoas morreram.
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O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que militares norte-americanos abateram uma embarcação da gangue venezuelana Tren de Aragua, classificada como organização terrorista pelo governo.
“O ataque ocorreu enquanto os terroristas estavam no mar, em águas internacionais, transportando narcóticos ilegais com destino aos Estados Unidos. A ofensiva resultou na morte de 11 terroristas. Nenhuma força dos EUA foi ferida nesta ação”, publicou no Truth Social.
Após a divulgação do vídeo pela Casa Branca, Ñáñez usou as redes sociais para afirmar que as imagens foram produzidas por inteligência artificial. Para sustentar a acusação, ele publicou uma suposta análise do Google Gemini, que aponta inconsistências no vídeo.
“Parece que [o secretário de Estado] Marco Rubio continua mentindo para o seu presidente: depois de colocá-lo em um beco sem saída, agora lhe apresenta como ‘prova’ um vídeo com IA.”, escreveu.
“Basta, Marco Rubio, de incentivar a guerra e de tentar manchar as mãos do presidente Donald Trump de sangue”, escreveu.
O g1 também submeteu o material à ferramenta Hive Moderation, que identifica conteúdos produzidos por inteligência artificial. A análise indicou baixa probabilidade de uso de IA, o que sugere que o vídeo divulgado pelos EUA seja autêntico.
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O ataque
Imagem mostra ataque dos EUA contra barco no Caribe
Governo dos EUA
O governo norte-americano enviou navios de guerra, um submarino e aviões de vigilância para o sul do Caribe. A Casa Branca afirma que a operação tem como objetivo combater o tráfico de drogas.
Ao anunciar o ataque desta terça-feira em uma rede social, Trump disse que o grupo responsável pelo barco com drogas é controlado pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
“Que isso sirva de aviso a qualquer pessoa que sequer pense em trazer drogas para os Estados Unidos da América. Cuidado!”, publicou na Truth Social.
Além do Tren de Aragua, os EUA também acusam Maduro de chefiar o Cartel de los Soles — afirmação contestada em parte por analistas. Especialistas afirmam que o grupo não tem uma hierarquia única, mas funciona como uma “rede de redes” que facilita e lucra com o tráfico de drogas, reunindo militares de diferentes patentes e setores políticos da Venezuela.
Mesmo sem ser o líder, Maduro é apontado como um dos principais beneficiários de uma “governança criminal híbrida” que ajudou a instalar no país.
Luta armada
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante entrevista coletiva à imprensa, em 1º de setembro de 2025.
Leonardo Fernandez Viloria/ Reuters
Nas últimas semanas, os EUA enviaram uma série de navios de guerra e militares para o sul do Caribe. Especialistas ouvidos pelo g1 afirmam que o aparato é incompatível com uma operação militar para combater o tráfico de drogas.
“Se você olhar o tipo de equipamento que foi enviado para a Venezuela, não é um equipamento de prevenção ou de ação contra o tráfico, ou contra cartéis”, aponta o cientista Carlos Gustavo Poggio, professor do Berea College, nos EUA.
Maurício Santoro, doutor em Ciência Política pelo IUPERJ e colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha do Brasil, avalia que os EUA podem estar se preparando para uma intervenção militar na Venezuela.
“É uma situação muito semelhante àquela do Irã, alguns meses atrás. O volume de recursos militares que os Estados Unidos transferiram para o Oriente Médio naquela ocasião, e agora para o Caribe, são indicações de que eles estão falando sério”, disse.
Na segunda-feira (20) Maduro afirmou que a Venezuela entrará em luta armada caso seja agredida pelos Estados Unidos. Ele chamou o envio das embarcações americanas à região de “a maior ameaça à América Latina do último século” e afirmou que a Venezuela não se curvará.
“Se a Venezuela for atacada, passaria imediatamente ao período de luta armada em defesa do território nacional, da história e do povo venezuelano”, declarou.
Veja a seguir o que se sabe sobre a operação dos EUA:
Pelo menos sete navios dos EUA foram enviados para o sul do Caribe, incluindo um esquadrão anfíbio, além de 4.500 militares e um submarino nuclear. Aviões espiões P-8 também sobrevoaram a região, em águas internacionais.
A operação se apoia no argumento de que Maduro é líder do suposto Cartel de los Soles, classificado pelos EUA como organização terrorista.
Os EUA consideram o presidente venezuelano um fugitivo da Justiça e oferecem recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão dele.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, se recusou a comentar objetivos militares, mas disse que o governo Trump vai usar “toda a força” contra Maduro.
O site Axios revelou que Trump pediu um “menu de opções” sobre a Venezuela. Autoridades ouvidas pela imprensa americana não descartam uma invasão no futuro.
Enquanto isso, Caracas vem mobilizando militares e milicianos para se defender de um possível ataque.
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“O ataque ocorreu enquanto os terroristas estavam no mar, em águas internacionais, transportando narcóticos ilegais com destino aos Estados Unidos. A ofensiva resultou na morte de 11 terroristas. Nenhuma força dos EUA foi ferida nesta ação”, publicou no Truth Social.
Após a divulgação do vídeo pela Casa Branca, Ñáñez usou as redes sociais para afirmar que as imagens foram produzidas por inteligência artificial. Para sustentar a acusação, ele publicou uma suposta análise do Google Gemini, que aponta inconsistências no vídeo.
“Parece que [o secretário de Estado] Marco Rubio continua mentindo para o seu presidente: depois de colocá-lo em um beco sem saída, agora lhe apresenta como ‘prova’ um vídeo com IA.”, escreveu.
“Basta, Marco Rubio, de incentivar a guerra e de tentar manchar as mãos do presidente Donald Trump de sangue”, escreveu.
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O ataque
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Ao anunciar o ataque desta terça-feira em uma rede social, Trump disse que o grupo responsável pelo barco com drogas é controlado pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
“Que isso sirva de aviso a qualquer pessoa que sequer pense em trazer drogas para os Estados Unidos da América. Cuidado!”, publicou na Truth Social.
Além do Tren de Aragua, os EUA também acusam Maduro de chefiar o Cartel de los Soles — afirmação contestada em parte por analistas. Especialistas afirmam que o grupo não tem uma hierarquia única, mas funciona como uma “rede de redes” que facilita e lucra com o tráfico de drogas, reunindo militares de diferentes patentes e setores políticos da Venezuela.
Mesmo sem ser o líder, Maduro é apontado como um dos principais beneficiários de uma “governança criminal híbrida” que ajudou a instalar no país.
Luta armada
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante entrevista coletiva à imprensa, em 1º de setembro de 2025.
Leonardo Fernandez Viloria/ Reuters
Nas últimas semanas, os EUA enviaram uma série de navios de guerra e militares para o sul do Caribe. Especialistas ouvidos pelo g1 afirmam que o aparato é incompatível com uma operação militar para combater o tráfico de drogas.
“Se você olhar o tipo de equipamento que foi enviado para a Venezuela, não é um equipamento de prevenção ou de ação contra o tráfico, ou contra cartéis”, aponta o cientista Carlos Gustavo Poggio, professor do Berea College, nos EUA.
Maurício Santoro, doutor em Ciência Política pelo IUPERJ e colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha do Brasil, avalia que os EUA podem estar se preparando para uma intervenção militar na Venezuela.
“É uma situação muito semelhante àquela do Irã, alguns meses atrás. O volume de recursos militares que os Estados Unidos transferiram para o Oriente Médio naquela ocasião, e agora para o Caribe, são indicações de que eles estão falando sério”, disse.
Na segunda-feira (20) Maduro afirmou que a Venezuela entrará em luta armada caso seja agredida pelos Estados Unidos. Ele chamou o envio das embarcações americanas à região de “a maior ameaça à América Latina do último século” e afirmou que a Venezuela não se curvará.
“Se a Venezuela for atacada, passaria imediatamente ao período de luta armada em defesa do território nacional, da história e do povo venezuelano”, declarou.
Veja a seguir o que se sabe sobre a operação dos EUA:
Pelo menos sete navios dos EUA foram enviados para o sul do Caribe, incluindo um esquadrão anfíbio, além de 4.500 militares e um submarino nuclear. Aviões espiões P-8 também sobrevoaram a região, em águas internacionais.
A operação se apoia no argumento de que Maduro é líder do suposto Cartel de los Soles, classificado pelos EUA como organização terrorista.
Os EUA consideram o presidente venezuelano um fugitivo da Justiça e oferecem recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão dele.
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